Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) «satisfeita» com negociações efectuadas junto do Ministério da Saúde.
Pessoas com diabetes, dos 16 aos 60 anos, tipo 1 ou 2, passam a estar incluídas na fase de vacinação que agora avança. Esta era uma das reivindicações da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) no âmbito do Grupo de Trabalho para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 e que foi acolhida na revisão anunciada esta semana. A APDP estima que, até ao final de maio, todas as pessoas com diabetes e mais de 16 anos, terão já tomado a primeira dose da vacina.
Como explica José Manuel Boavida, Presidente da APDP, «estudos realizados em todo o mundo já demonstraram, que existe maior risco de formas mais graves da Covid-19 em pessoas com diabetes. A diabetes tipo 1 como aparece, maioritariamente, na idade infantil e juvenil, faz com que os anos de vida com doença sejam potencialmente mais gravosos, fragilizando-as perante a Covid-19. É realmente uma ótima notícia que sejam integrados na população prioritária», ressalvando: «Estamos muito satisfeitos pelo rumo da negociação realizada pela APDP junto do Ministério da Saúde. Foi um processo demorado, mas os resultados são muito satisfatórios. Conseguimos que a diabetes fosse considerada prioritária».
Na fase em vigor, há dois critérios de vacinação a considerar: o critério da idade continua a prevalecer, incluindo todos os cidadãos com mais de 60 anos, onde estão a maioria das pessoas com diabetes; e o critério de doenças listadas como de risco acrescido, onde se enquadram as pessoas com diabetes com mais de 16 anos, tipo 1 ou 2.
A APDP recorda que, neste momento, entre 300 a 400 mil pessoas, isto é, cerca de 30% a 40% das pessoas com diabetes já foram vacinadas na primeira fase devido à idade ou a comorbilidades associadas. Esta percentagem corresponde ao grupo de pessoas com diabetes e mais de 80 anos, ou com mais de 50 e que tenham, além da diabetes, insuficiência respiratória, cardíaca ou renal, uma população que representa um risco ainda maior de complicações graves.
«É para nós importante que seja reconhecido o risco associado à diabetes independentemente das complicações que lhe possam estar associadas», refere João Filipe Raposo, Director Clínico da APDP. «As pessoas com diabetes sabem desde há 1 ano que são um grupo de risco e como tal é muito importante que a comunicação da vacinação nesta fase seja clara para quem tem diabetes e para os profissionais de saúde», conclui.