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Médicos alertam a população para a importância de manter as intervenções cardíacas durante a pandemia

Médicos alertam a população para a importância de manter as intervenções cardíacas durante a pandemia

Estenose aórtica afeta 32 mil portugueses, sobretudo acima dos 70 anos

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) alerta a população para importância de as pessoas com estenose aórtica grave não adiarem a sua intervenção estrutural aórtica, durante a pandemia COVID-19, uma vez que correm o risco de poder desenvolver estados clínicos graves, com consequências para a sua saúde.

“Devido à idade e ao historial médico, as pessoas com doenças cardíacas estruturais, tais como estenose aórtica grave, e com um histórico de acidentes cerebrovasculares, são uma população de alto risco. Os laboratórios de hemodinâmica são seguros e livres de COVID, pelo que não é preciso haver receios nesse sentido. É necessário retomar e manter as intervenções, para que seja possível prevenir que os doentes venham a desenvolver estados clínicos complicados e irreversíveis”, explica Lino Patrício, coordenador da Campanha Corações de Amanhã.

De acordo com os resultados de um estudo conduzido pelo Structural Heart Program of Mount Sinai Hospital, publicado a 30 de setembro de 2020, é necessário manter a vigilância dos doentes com estenose aórtica grave, bem como daqueles que estão à espera de uma intervenção estrutural aórtica, durante a COVID-19.

Neste estudo foram acompanhados doentes com estenose aórtica grave, submetidos a uma avaliação para substituição da válvula aórtica transcateter, desde março até junho de 2020.

Em março e abril de 2020, 10 por cento dos doentes tiveram problemas cardíacos, seis dos quais foram submetidos a intervenções estruturais aórticas com urgência, devido a sintomas acelerados de dispneia, angina em repouso, insuficiência cardíaca, ou síncope; e dois morreram de estenose aórtica grave.

De 6 a 23 de junho de 2020, 35 por cento dos doentes tiveram um ataque cardíaco, tendo sido necessário recorrer a intervenção estrutural aórtica. Durante este período, os que não foram submetidos a nenhuma intervenção médica, tiveram uma maior probabilidade de ter um ataque cardíaco.

Nos três meses anteriores a março de 2020, nenhum doente morreu de estenose aórtica, enquanto aguardava a realização da intervenção estrutural aórtica.

A estenose aórtica é uma doença que afeta cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 70 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida. A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.

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