No âmbito das notícias que estão a ser publicadas com as orientações da Ministra da Saúde, Marta Temido, para a possibilidade de suspensão da actividade assistencial não urgente nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) demonstra a sua profunda preocupação e defende que têm de existir formas de encontrar alternativas.
A associação apela a que o Ministério da Saúde encontre soluções para que nenhuma pessoa com diabetes volte a ser esquecida.
No despacho assinado ontem pela Ministra da Saúde, os hospitais do SNS receberam esta terça-feira orientações que lhes permitem activar os planos de contingência e suspender, durante o mês de Novembro, "a actividade assistencial não urgente que, pela natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância”. Face a esta decisão, José Manuel Boavida, Presidente da APDP, declara que “as associações podem apoiar as pessoas com diabetes e ajudar na sua orientação e melhor controlo. O acompanhamento, em fase de pandemia, é e sempre será um desafio, por isso a Ministra da Saúde pode contar connosco”.
A associação sublinha que em tempo de pandemia é necessário implementar estratégias sensatas e objectivas que protejam as pessoas com doenças crónicas e que, mais uma vez, o SNS não pode voltar a ficar refém da COVID-19. “A pandemia do novo coronavírus exige novas soluções para conseguirmos manter um acompanhamento regular de todas as pessoas, muitas vezes pertencentes a grupos de risco. E é aqui, conforme temos vindo a defender desde o início, que entra o papel das associações, temos de ser elementos ativos” reforça José Manuel Boavida.
José Manuel Boavida exemplifica, referindo que “Durante a primeira vaga da COVID-19, a APDP disponibilizou a Linha de Apoio à Diabetes (21 381 61 61), que actualmente funciona das 9h00 às 17h00, incluindo fins de semana e feriados”, e assegura que a APDP tem capacidade para triar e orientar as diferentes situações ligadas à diabetes. O presidente da APDP defende ainda a criação de comissões entres as Administrações Regionais de Saúde (ARS), os directores de serviços dedicados à diabetes, a APDP e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), para a criação de locais específicos de diabetes, com linhas telefónicas dedicadas.