A falta de chuva, com alarmante descida do nível da reserva de água na Barragem da Bravura e o previsto esgotamento a breve prazo dos aquíferos subterrâneos, começa a preocupar as entidades responsáveis e a população em geral, que assim vêem perigar a manutenção dos pomares de abacateiros, já tão tradicionais na nossa paisagem e tão importantes para a economia dos algarvios.
Devido aos cuidados para evitar o alastramento da pandemia, este ano não tivemos, na Biblioteca Municipal, o tradicional primeiro Encontro de 5ª Feira, em que o Grupo dos Amigos de Lagos recolhe ideias para serem postas em prática, mas eis que surge uma sugestão – autêntico ovo de Colombo – que está a reunir grande aceitação e apenas implica que certos hábitos sejam depressa alterados. Trata-se da recuperação e ampliação dos tanques de São João, que passarão a funcionar como Balneário Municipal, com direito a utilização semanal dos moradores da cidade, o mesmo devendo acontecer com os restantes lavadouros públicos da cidade e das localidades rurais. Será assim poupada a enorme quantidade de água consumida nos muitos milhares de banhos diários individuais, ao mesmo tempo que a comunidade beneficiará do retorno ao convívio social, que os banhos públicos proporcionarão.
Saliente-se que os tanques de São João possuem uma localização estratégica, junto ao conhecido monumento do Barco, que passará a servir não apenas as gaivotas, mas também cães, gatos e outros animais que acompanhem os seus donos à nova prática semanal da cidade. Somente terão de regressar à Meia-Praia as gaivotas que costumam usar o espelho de água da Praça do Infante, porque esse equipamento deverá passar a ser usado, em exclusivo, nos banhos públicos dos turistas.