A Assembleia Municipal de Lagos na sua Sessão Ordinária de junho/2019, realizada no dia 24 de de junho, aprovou, uma Moção, por unanimidade, a exigir do Governo tomada de medidas no sentido de resolver a situação preocupante verificada no Serviço de Medicina do Hospital de Lagos.
“Temos conhecimento, através dum abaixo-assinado subscrito pela equipa de enfermagem do Serviço de Medicina do Hospital de Lagos, nomeadamente, da carência de profissionais, falta de material clínico e a existência de equipamento obsoleto no Hospital."
Este Serviço, com 40 camas, dispõe de 33 enfermeiros, quando deveria ter 47, e os que estão de baixa prolongada não são substituídos.
Isto implicou a redução nos turnos da manhã, tarde e noite, respetivamente, de 8, 5 e 4, para 6, 4 e 3 e à acumulação de mais de 500 dias de descanso por gozar, o que significa um esgotamento físico e psicológico que faz correr riscos acrescidos de erros e de acidentes.
Assinala-se também a carência de assistentes operacionais, com a redução nos turnos, respectivamente, da manhã, tarde e noite, de 6, 4 e 3 para 4, 2 e 2.
Verificou-se igualmente a ausência de médicos especialistas nos turnos da tarde e da noite e nos fins de semana.
O abaixo-assinado denuncia ainda a rutura intermitente de material clínico nos sistemas de soro, fraldas e máscaras para aerossol, entre outras, assim como camas articuladas manualmente, cadeiras de rodas sem apoio de pés, aparelhos de ar condicionado e outro equipamento que são obsoletos.
Não podendo a Assembleia Municipal de Lagos ficar indiferente perante as consequências desta situação, tanto na prestação de cuidados de saúde à população, como nas condições de trabalho dos profissionais de saúde do Hospital, o Órgão Deliberativo do Município de Lagos, reunido no dia 24 de junho de 2019, delibera:
1. Exigir do Governo que tome medidas para que o Serviço de Medicina do Hospital de Lagos disponha do número adequado de profissionais de saúde;
2. Exigir do Governo que tome as medidas para permitir o gozo ou o pagamento dos mais de 500 dias de trabalho em dívida aos enfermeiros deste Serviço;
3. Exigir do Governo medidas para evitar a falta de material clínico e a solução para a substituição dos equipamentos obsoletos do Hospital.
4. Dar conhecimento desta deliberação ao Ministério da Saúde, à ARS do Algarve, ao CHUA, aos Sindicatos dos Enfermeiros e da Função Pública e aos órgãos de comunicação social.”