Polícia de Segurança Pública (PSP) acredita que o suspeito é o mesmo responsável por dezenas de assaltos nesta cidade e que aguarda, em liberdade, a sentença de um julgamento para ir preso. Está ligado ao consumo de droga.
Continua a onda de assaltos durante as madrugadas a estabelecimentos do sector da restauração em Lagos, com recurso a uma pedra da calçada, e a polícia, segundo apurou o nosso Jornal, acredita que o suspeito será o mesmo, um português, de 42 anos, autor de dezenas de furtos cometidos desde o ano passado nesta cidade, incluindo motociclos e baterias, além de calçado e peças de vestuário estendidas em quintais de moradias.
O homem, residente em Lagos e que aguarda em liberdade a sentença de um julgamento por outros assaltos, após ter sido excedido o prazo de prisão preventiva de nove meses, sabe que está para entrar para a cadeia e a ex-companheira diz que “nada” pode fazer, pois ele “é mesmo assim”. Ou seja, está viciado em assaltos, é alto, magro e age de forma rápida. Conseguir dinheiro para a compra de estupefacientes será, alegadamente, o motivo dos furtos, que continuam, há meses, a transmitir uma onda de imensa insegurança em Lagos
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«Quando aqui cheguei, pelas 7h30m, havia vidros partidos e espalhados pelo chão, tendo o assaltante entrado e levado vinte euros em moedas que estavam na caixa registadora. Chamei a PSP, estiveram cá agentes e já apresentei queixa», disse-nos Edriana Res, de nacionalidade brasileira e proprietária do Restaurante Cantinho de Minas
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Desta feita, na madrugada de 19 de Abril de 2023, os alvos foram o Restaurante Cantinho de Minas, situado na Rua Adelina da Glória Berger, nº.18 D (perto da Agência Funerária Camilo e não muito distante do edifício da Junta de Freguesia de São Gonçalo de Lagos) e a Padaria Pão d’ Avó Maria, na Rua da Ameijeira, nº.9 e a poucos metros das traseiras do Hospital Terras do Infante (também conhecido por novo Hospital de Lagos).
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«Quando aqui cheguei, pelas 7h.30m., havia vidros partidos e espalhados pelo chão, tendo o assaltante entrado e levado vinte euros em moedas que estavam na caixa registadora. Chamei a PSP, estiveram cá agentes e já apresentei queixa”, contou, ao Correio de Lagos, Edriana Res, de nacionalidade brasileira e proprietária do Restaurante Cantinho de Minas. E como tem sucedido noutros assaltos a estabelecimentos em Lagos, o custo de um novo vidro, este estimado em cerca de quinhentos euros, é muito superior ao valor do produto furtado daquele restaurante. Refira-se que foi quebrado o vidro junto a uma esplanada.
«Pelo que se pode concluir, diria que até parece trabalho de um autêntico “profissional”, que sabe o que quer. É que havia vários produtos que ele podia ter levado, por exemplo, comida, mas roubou apenas dinheiro (…) Tenho de trabalhar muito para recuperar o prejuízo neste assalto»
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«Eram 5h00 quando tocou o primeiro alarme. Já o outro não tocou», lembrou Edriana Res, que só percebeu o que, de facto, tinha acontecido ao seu estabelecimento quando ali entrou ao amanhecer. «Pelo que se pode concluir, diria que até parece trabalho de um autêntico “profissional”, que sabe o que quer. É que havia vários produtos que ele podia ter levado, por exemplo, comida, mas roubou apenas dinheiro», observou aquela empresária, que foi assaltada “pela primeira vez em cinco anos de actividade”. Apesar do sucedido, Edriana Res garantiu que não vai desistir do negócio. «Tenho de trabalhar muito para recuperar o prejuízo neste assalto», acrescentou a proprietária do Restaurante Cantinho das Minas, que não dispõe de câmaras de vigilância.
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Na Padaria Pão d´Avó Maria «foi utilizada uma pedra, que ficou aqui, tendo sido levada a gaveta com 150 euros do fundo de caixa. Quando aqui cheguei, estava cheio de vidros partidos»
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Já a Padaria Pão d´Avó Maria, localizada na Rua da Ameijeira, nº. 9, em Lagos, e, como referimos, a poucos metros de distância do edifício do Hospital Terras do Infante, foi assaltada pelas 7h43m, altura em que tocou o alarme. «Foi utilizada uma pedra, que ficou aqui, tendo sido levada a gaveta com 150 euros do fundo de caixa. Quando aqui cheguei, estava cheio de vidros partidos. Tínhamos outros objectos, como por exemplo um telemóvel, mas quem cometeu o assalto só quis o dinheiro», disse, à nossa reportagem, uma funcionária. Agentes da PSP deslocaram-se ao local para proceder a investigações e efectuar a recolha de impressões digitais. Foi apresentada queixa.
À saída do estabelecimento, um cliente, revoltado com o sucedido, até desabafou: «só quando for assaltada a moradia de um juiz é que o ladrão vai para a cadeia e ficará resolvido o problema desta vaga de assaltos em Lagos!»
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«Para que serve um agente das forças de segurança ter bastão, cassetete e pistola? É só para exibir à população (…) se tiver de utilizar essas armas e acabar por ferir algum criminoso, mesmo para se defender e repor a ordem pública, poderá acabar por ser condenado pelos tribunais e, ainda, terá de pagar uma indemnização»
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Um antigo polícia no Algarve, em conversa com o Correio de Lagos, notou: «para que serve um agente das forças de segurança ter bastão, cassetete e pistola? É só para exibir à população. Isto, porque se tiver de utilizar essas armas e acabar por ferir algum criminoso, mesmo para se defender e repor a ordem pública, poderá acabar por ser condenado pelos tribunais e, ainda, terá de pagar uma indemnização.»
«O que está em causa ao nível da justiça em Portugal são as leis que acabam, na realidade, por proteger muitos criminosos e eles sabem disso. Como tal, muitos continuam impunes…», adiantou, indignado com a situação.
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«Afinal, o que é que anda a investigação criminal da PSP a fazer nesta cidade? Não se previne a criminalidade? Um polícia até me contou que sabem quem é o assaltante e existe matéria suficiente para o deter, mas continua a não haver resultados. E nós, os pequenos empresários é que continuamos a ser as principais vítimas. De que é que estão à espera?»
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Por outro lado, comerciantes e outros empresários atingidos por esta vaga de assaltos durante as madrugadas nos últimos meses, em Lagos, supostamente cometida pelo mesmo suspeito, questionaram-se ao nosso Jornal: «afinal, o que é que anda a investigação criminal da PSP a fazer nesta cidade? Não se previne a criminalidade? Um polícia até me contou que sabem que é o assaltante e existe matéria suficiente para o deter, mas continua a não haver resultados. E nós, os pequenos empresários é que continuamos a ser as principais vítimas. De que é que estão à espera? De mais assaltos?» E, em jeito de ironia, acrescentou: «pelos vistos, o ladrão só é detido após assaltar roupa e calçado em quintais...»
Refira-se que o suspeito dos mais recentes assaltos em Lagos, ao Restaurante Cantinho de Minas, e à Padaria Pão d’ Avó Maria, será o mesmo que foi detido, em flagrante delito, na semana da Páscoa, à saída de um quintal de uma moradia, nesta cidade, como o nosso Jornal noticiou na altura, após ter furtado, cerca das 7h00, um par de sapatilhas a um imigrante de nacionalidade brasileira, que só soube do sucedido quando a polícia lhe bateu à porta.
Já na esquadra, o detido, recorde-se, português, de 42 anos e residente em Lagos, acabou por ser libertado por ordem do Ministério Público, numa altura em que, curiosamente, os tribunais estavam em greve, tendo o suspeito, já referenciado por dezenas de assaltos nesta cidade, sido constituído arguido por outros furtos.
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(Em actualização)