O valor das portagens na Via do Infante, tal como nas restantes auto-estradas conhecidas por ex-SCUT, será reduzido em 50% a partir do próximo 1 de Julho.
Nas palavras do Partido Comunista Português (PCP) – Algarve, «tal decisão é inseparável da prolongada e persistente luta das populações algarvias e de outras regiões do país» pela abolição das portagens e pela «devolução» da Via do Infante (e das outras ex-SCUT) às populações – uma luta que desde 2011 enfrentou a opção de sucessivos governos – quer do PSD/CDS, quer do PS.
Neste sentido, o partido critica os «interesses» dos grupos económicos que detêm a concessão destas auto-estradas; um negócio que tem sido, segundo o mesmo, «ruinoso para o país». Recorde-se que estas auto-estradas foram construídas com dinheiros públicos.
No entanto, para o PCP o avanço que se alcançará a partir de 1 de Julho em matéria de portagens, decorrente da aprovação do Orçamento do Estado para 2021 (e só possível pela abstenção do PCP), «não corresponde às justas exigências e à luta que as populações e o PCP têm travado nesta matéria», luta que só estará concluída «quando for alcançada a eliminação total das portagens», algo que, aliás, o partido propôs na discussão do Orçamento de Estado para 2021.
O PCP sublinha que a troca de argumentos a que se assistiu entre o PS e o PSD na região do Algarve em torno desta matéria, reivindicando cada um para si a paternidade deste avanço, constitui uma «tentativa de branqueamento das suas responsabilidades» e de «claro ilusionismo político».
Valorizando este avanço a partir de 1 de Julho, avanço «que não apaga todos os danos e custos causados à região do Algarve e às populações ao longo destes anos», na óptica do partido, o PCP reafirma que prosseguirá a sua intervenção e luta quer pela abolição total das portagens na Via do Infante, quer pela requalificação total da EN-125, também ela «vítima de uma sinistra concessão», dotando a região das condições mais elementares para a mobilidade rodoviária, de passageiros e mercadorias, no Algarve.