O PSD Algarve teve conhecimento, por várias fontes, de algo que custa a crer. Infelizmente, após alguma diligências e face a não ter sido desmentido pelo CHUA parece que a insólita notícia é verdadeira.

A administração do CHUA ( Centro Hospitalar do Algarve) abriu um concurso público internacional para contractar o serviço de radioterapia a ministrar aos doentes do Algarve e Alentejo que padecem de cancro.

Sucede que o concurso terminou empatado e sem mais critérios para fixar o vencedor, recorreu-se a sorteio. Até aqui, nada de extraordinário. Segundo Cristóvão Norte, Presidente do PSD, “sucede que a empresa vencedora é uma empresa espanhola, de Sevilha, pelo que os nossos doentes, vulneráveis, indefesos, a travarem a batalha das suas vidas e muitas vezes a verem a vida a escapar-lhes lentamente das mãos, passarão a ser tratados, com os incómodos óbvios que a nossa imaginação alcança em Espanha. É o transporte, são as deslocações, é a barreira linguística, são muitas coisas a tornar a vida ainda mais dificil.”

Mas, o cariz trágico desta decisão tem mais que se lhe diga. O concorrente derrotado é nem mais nem menos uma clínica local, a qual é indissociável da Associação Oncológica do Algarve – paradoxalmente a associação que granjeou a admiração dos algarvios por, entre outras coisas, ter assegurado que os algarvios doentes de cancro podiam ser tratados no Algarve e não tinham que se deslocar para Lisboa.

Absurdo!

Cabe perguntar: como é que o critério da distância não é central, a par das considerações técnicas, clínicas e de custo? Não há quem na administração se responsabilize e que elabore os cadernos de encargos de modo a evitar resultado tão desastroso e aviltante?

Cabe perguntar: o que vale no concurso o interesse dos doentes, a sua comodidade, a proximidade da língua e de um meio que lhe é familiar?

O PSD Algarve exige que esse concurso seja anulado e que se mantenha a radioterapia no Algarve.