Em 2014, em redor da Unidade de Portimão do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, altos dirigentes regionais do PS deram as mãos, unindo forças para protestar contra um alegado encerramento da maternidade de Portimão - nunca previsto ou decido pelo Governo à época -, numa fervorosa manifestação contra aqueles que diziam estar apostados na destruição do SNS. Entre eles, como se distingue na foto, contavam-se Isilda Gomes, Presidente da Câmara de Portimão, a qual intentou uma providência cautelar para impedir o fecho da maternidade que não estava previsto fechar -, Vítor Aleixo, que despachou à época à porta do Centro de Saúde de Loulé em protesto organizado com o seu homólogo de S. Brás de Alportel -, Paulo Neves, vereador à época e actual membro do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve e muitos outros. Todos têm duas características em comum: eram e são militantes do PS e perante o caos actual nada dizem, nada protestam, nada fazem. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Pior, à época, em 2014, havia menos constrangimentos com a Maternidade de Portimão do que hoje. E quando os havia, a intenção era que as grávidas mais longínquas viessem antecipadamente para um apartamento em Faro e depois, com maior serenidade, realizarem os seus partos. Não era a solução ideal, mas era um plano de contingência para as raras ocasiões em que a maternidade não cumpria os requisitos para receber as grávidas. E hoje? O que se passa? Cria-se muitas vezes a ilusão que existe maternidade quando não existe, como nas Caldas da Rainha. Isso coloca as grávidas em risco e não há planos de contingência. É enviar para Faro ou para Lisboa, o que leva a episódios como onde segunda feira em que uma grávida teve o bebé no carro!
Segundo Cristóvão Norte “O que se pede é coerência. O problema é sério e estrutural. Não se resolve com anúncios gongóricos, mas tem que ser enfrentado. E todos fazem falta para que seja resolvido, quem é do PS também, e em particular agora com a especial responsabilidade de governação, mas isso näo pode fazer esquecer as pesadas responsabilidades do PS e o silêncio ensurdecedor destes e doutros responsáveis.”
Carlos Martins, Presidente do PSD Portimão: "A Saúde tem de deixar de ser um instrumento partidário. Há que respeitar um setor que é de todos, não é de direita nem de esquerda porque trata todos por igual. A demagogia de 2014 do PS face ao seu silencio em 2022 é uma ofensa a todos os portimonenses, algarvios e sobretudo aos profissionais de saúde que, por acaso, grande parte, até são os mesmos e não se esquecem da falta de respeito que alguns políticos tiveram pelo seu trabalho e dificuldades estruturais do sector diariamente".
O PSD Algarve vai apresentar moções em todas as assembleias municipais sobre a saúde, na Assembleia Intermunicipal e contará com a intervenção dos seus deputados na Assembleia da República.
Legenda da Imagem:
1. Marcha contra o encerramento da Maternidade de Portimão, 2014, Unidade de Portimão