Pela primeira vez um partido político visitou o Estabelecimento Prisional de Faro para dialogar com os seus responsáveis e reclusos.

De acordo com comunicado do PAN «Tivemos oportunidade de conversar com Alexandre Gonçalves, Diretor do estabelecimento há vários anos. Revelou que aquela é como a sua segunda casa, e mesmo com alguma falta de pessoal, tem muito orgulho no espaço que dirige, pela organização, limpeza e relacionamento sem problemas com os reclusos. Lugar que diz transmitir dignidade, importante para os reclusos e também para quem ali trabalha todos os dias.

Mostrou-se contente com o número de reclusos que este ano mostraram vontade em participar nas eleições. Confidenciou que muitas vezes ninguém vota, mas este ano, fruto de ações de sensibilização para a participação democrática, 18 pessoas irão votar, sendo que, da população total de 105 reclusos, cerca de 70 podem exercer esse direito.

Explicámos as nossas ideias programáticas sobre o sistema prisional e a nossa visão de uma justiça reparadora no sentido de abrir caminho a um regresso destas pessoas à vida ativa, onde possam recomeçar e voltar a ser cidadãos plenos na sociedade. Acreditamos que a aposta na criação de condições para é a solução ideal, tanto para as comunidades que os irão receber, como para para si próprios.»

Paulo Baptista, cabeça de lista do PAN ::: Pessoas-Animais-Natureza pelo círculo eleitoral de Faro, revelou que há várias medidas que podem potenciar esta ideia de justiça restauradora, como: fomentar a proximidade da família nomeadamente de pais e filhos de forma mais facilitada; estimular a frequência escolar da população prisional sem a escolaridade mínima obrigatória; investir em estratégias de socialização dos reclusos; preparar a saída dos estabelecimentos prisionais criando condições para que regressem ao ativo com novas competências e conhecimentos permitindo uma melhor reintegração na sociedade, entre outras medidas que fazem parte desta visão regeneradora já colocada em prática em vários países como Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Áustria e França.

Ao nível dos funcionários o PAN propõe reforçar os direitos dos trabalhadores em regime de trabalho noturno e por turnos, nomeadamente, revendo os critérios de compensação e de descanso.

«Falámos com alguns reclusos, ouvimos o seu lado da história, e foi inevitável sentir tristeza por a vida daquelas pessoas de alguma maneira estar bloqueada.

Obviamente compreendemos o papel da justiça e dos estabelecimentos prisionais na sociedade, está claro que quem comete crimes tem a fatia maior da responsabilidade, mesmo assim ficamos com a sensação que poderíamos viver numa sociedade melhor. Ainda vamos a tempo! 

Falámos com alguns reclusos, ouvimos o seu lado da história, e foi inevitável sentir tristeza por a vida daquelas pessoas de alguma maneira estar bloqueada.

Obviamente compreendemos o papel da justiça e dos estabelecimentos prisionais na sociedade, está claro que quem comete crimes tem a fatia maior da responsabilidade, mesmo assim ficamos com a sensação que poderíamos viver numa sociedade melhor. Ainda vamos a tempo!» referiu Paulo Baptista.