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PAN Algarve reage às declarações de António Pina face ao aumento do preço da água

PAN Algarve reage às declarações de António Pina face ao aumento do preço da água

Fará sentido desvalorizar o aumento do preço da água para as famílias do Algarve, sendo este um recurso escasso e, por isso, tão precioso na região? Esta é a questão que enceta o comunicado de imprensa do PAN Algarve sobre as declarações de António Pina, Presidente da Câmara Municipal de Olhão, no que respeita ao acesso à água por parte das populações.

Tendo em conta que da sua disponibilidade depende toda a vida no planeta, «menosprezar um recurso tão vital, como o fez António Pina no seu discurso» é, na opinião do PAN Algarve, ter uma visão «completamente errada quanto à estratégia de mitigação e combate à Crise Climática», que por sinal é um dos maiores desafios dos nossos tempos.

Para o PAN Algarve, o problema da falta de água não se resolve retirando do orçamento das famílias uma «moeda de 10 cêntimos». O actual Presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) afirmou, em entrevista à TVI, que «estamos a falar de 1 cêntimo para estarmos seguros» e que «este é o seguro mais barato que existe no mundo».

Para Alexandre Pereira, Comissário Político Distrital do PAN Algarve e Engenheiro do Ambiente, passar uma mensagem destas «em nada contribui» para a solução: «Que seguro é este no qual se gastam milhões a dessalinizar água do mar, tornando-a potável, para depois a colocar nos autoclismos?! É dever de quem governa apostar na sensibilização e educação para a redução do consumo e numa gestão estratégica dos recursos hídricos na região do Algarve. Estão em causa duas grandes infraestruturas hidráulicas, no valor de 120 milhões de euros, com elevados custos de manutenção e impactos ambientais ainda desconhecidos, que serão suportados por todos os cidadãos e cidadãs», afirmou.

O PAN Algarve reforça, ainda, que nenhuma destas soluções consta como caminho a seguir no Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Algarve (PIAAC) e que apenas uma destas opções – a central de dessalinização – surge no ano de 2080, tal como pode ser confirmado no gráfico em anexo.

«Neste momento, o Algarve, através dos seus decisores políticos, precisa seguir as directrizes de base científica apresentadas no PIAAC e começar por criar condições para a redução das perdas de água, tanto nas redes de distribuição urbana como na Agricultura, fazer uma aposta séria na reutilização de águas residuais, definir uma estratégia bem delineada para aumentar a capacidade de retenção e infiltração nos solos da pouca água que cai no Algarve (através de açudes e pequenas bacias de retenção), ao invés de megaprojectos despesistas que estruturalmente nada irão resolver; pelo contrário, apenas adiar e externalizar o problema», finalizou Alexandre Pereira.

Fotografia 1: Caminhos de adaptação para manter a disponibilidade hídrica nos níveis actuais.

Fotografia 2: Alexandre Pereira.

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