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Ordem dos Arquitectos atribui o Estatuto de Membro Extraordinário Honorário ao lacobrigense José Veloso

Ordem dos Arquitectos atribui o Estatuto de Membro Extraordinário Honorário ao lacobrigense José Veloso

Foi proposto pela Secção Regional do Algarve a atribuição deste galardão ao arquitecto José Paulo Velho Geraldo de Albuquerque Veloso (membro OA nº 304).

Considerando a tradição em atribuir, no quadro das celebrações nacionais do Dia Mundial da Arquitectura, o Estatuto de Membro Honorário a pessoas singulares ou colectivas em razão de importantes contribuições no âmbito dos objectivos estatutários da Ordem dos Arquitectos (O.A.), foi proposto pela Secção Regional do Algarve, a aprovação, ao abrigo do artigo 7º do capítulo II do Estatuto da O.A., bem como do artigo 3º do Estatuto de Membro Extraordinário da O.A., a atribuição deste galardão ao arquitecto José Paulo Velho Geraldo de Albuquerque Veloso (membro OA nº 304).
“Arquitecto, homem fraterno e de grande sensibilidade, antifascista militante desde a juventude”, actualmente com 91 anos, José Veloso (como é conhecido) não desiste de contribuir, por todos os meios ao seu alcance, para a construção da sociedade justa e igualitária com que sempre sonhou.
Sem desânimo, a sua energia positiva é contagiante, as suas iniciativas em prol das populações sucedem-se, a sua dedicação e colaboração (ainda activa) da sua vida para com o ensino, perdura.
Esta distinção é uma forma dos arquitectos portugueses reconhecerem a Pessoa generosa e dedicada, a vida que enfrentou com as adversidades da sua época e a Causa Arquitectura.”
Deliberado a 1 de Outubro de 2021, na 20ª Reunião Plenária do Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos, a aprovação das propostas de Outorga do Estatuto de Membro Extraordinário Honorário da Ordem dos Arquitectos 2021, aos arquitectos:
José Paulo Veloso (Algarve), António Abel (Alentejo), Célio Melo Costa (Centro), Diogo Seixas Lopes (Lisboa e Vale do Tejo), João Correia Rebelo (Açores), Maria José Marques da Silva (Norte), Rui Goes Ferreira (Madeira).
A entrega do certificado de membro Honorário aconteceu na cerimónia oficial, realizada na sede nacional da O.A. em Lisboa, no passado dia 22 de Outubro.

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Biografia de José Veloso

José Paulo Velho Geraldo de Albuquerque Veloso nasceu na freguesia de Santa Maria de Lagos, a 9 de Junho de 1930. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e passou a exercer a sua profissão em Lagos, onde abriu o seu próprio “atelier”.
Vida Política: Foi candidato do PCP, em diversas eleições para a Assembleia da República, sempre pelo círculo de Faro; membro da Assembleia Municipal de Lagos; eleito vereador da Câmara Municipal de Lagos, no mandato de 1983-1985; integrou a comissão concelhia de Lagos do PCP e fez parte da direcção regional de Faro do mesmo partido.
Dimensões da Vida Profissional: Representação Institucional - em 1967 e em 1972, fez parte das delegações portuguesas de arquitectos nos congressos da União Internacional dos Arquitectos, respectivamente na Checoslováquia e na Bulgária; Foi eleito para o Conselho de Delegados da Associação do Arquitectos Portugueses, sucessor do Sindicato Nacional dos Arquitectos, actual Ordem dos Arquitectos.
Intervenção Social: Entre 1974 e 1976, trabalhou para o Fundo de Fomento da Habitação, como coordenador de equipas de projecto do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), com projectos construídos em diversos concelhos algarvios. É nesse quadro que José Veloso ficou com o seu nome de arquitecto irreversivelmente ligado a um extraordinário acontecimento popular, marca da Revolução de Abril: “Os índios da Meia Praia”; Entre 1976 e 2002, e como membro da Cooperativa BLOCO, Crl., dedicou a sua actividade profissional quase exclusivamente a projectos de equipamento público, de habitação de promoção municipal e de habitação cooperativa, com obras construídas em vários concelhos algarvios e alentejanos; Colaborou na defesa de projectos que defendem as populações, nomeadamente, com uma viva intervenção numa grande sessão sobre “Os índios da Meia Praia”, promovida e realizada na Casa da Achada em 2013, por iniciativa do Movimento Não Apaguem a Memória (NAM); Participou ainda no filme de João Dias, O Processo SAAL.
Profissional Liberal: Após quatro décadas de trabalho desenvolvido na zona de Lagos, em 2002 retomou a profissão liberal, num gabinete de arquitectura em Faro; Recebeu menções honrosas do Fundo de Fomento da Habitação, em projectos de habitação cooperativa, em Lagos; Pelo IPPAR foi seleccionada para abertura de classificação como obra de Interesse Nacional, a ‘Estalagem Abrigo da Montanha’ (1960), em Monchique, projecto de arquitectura da sua autoria; Diversas obras suas foram escolhidas pelo Inquérito à Arquitectura Portuguesa do Século XX, IAPXX, promovido pela Ordem dos Arquitectos; Encontram-se referências à sua a tividade profissional em obras como 10 Anos de Artes Plásticas e Arquitectura: 1974/1984, de Rui Mário Gonçalves e Francisco Silva Dias (Lisboa, 1985) e Arquitectura no Algarve: dos primórdios à actualidade, uma leitura de síntese, de José Manuel Fernandes, com fotos de Ana Janeiro (Faro, 2005).
Publicações: Além de projectos de arquitectura, publicados em revistas da especialidade, como Arquitectura (1962), Arquitectura e Vida (2002), Arquitectura e Construção (2008) e L’Architecture d’Aujourd’hui (1976), colabora frequentemente na imprensa regional do Algarve, com artigos de opinião sobre matérias da profissão e sobre legislação autárquica, bem como com comentários acerca de acções do poder local, nos campos do urbanismo, arquitectura e ordenamento do território; Escreveu cerca de 160 artigos na imprensa local, regional e nacional, sobre temas da profissão, autárquicas locais e náuticas de desporto e recreio (navegar foi sempre a sua paixão).
Actualmente com 91 anos, José Veloso não desiste de contribuir, por todos os meios ao seu alcance, para a construção da sociedade justa e igualitária com que sempre sonhou.


Biografia fundamentada na biografia da Professora Helena Pato e na publicação, José Veloso “A Arquitectura, uma causa”, editada pelo COFAC – Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

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