Na sequência da divulgação da proposta de Orçamento Geral do Estado para o ano de 2023 e da discussão na mesma na especialidade, a Comissão Política Distrital de Faro do CDS-PP deliberou emitir o seguinte comunicado à comunicação social:
1. Pouco mais de dez meses após as últimas eleições legislativas e das repetidas promessas com que o Partido Socialista aliciou o voto dos algarvios, assistimos, há pouco mais de um mês, à divulgação de uma proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano que pura e simplesmente ignora as especificidades e os problemas da região e faz tábua rasa do discurso pré – eleitoral dos (agora) deputados do PS eleitos em 30 de Janeiro último;
2. Na verdade, lendo a proposta inicial de orçamento apresentada pelo Governo e assistindo à discussão na especialidade, a única conclusão que os Algarvios podem legitimamente retirar é a de que o PS, o seu Governo e, de uma forma especial, os deputados socialistas eleitos pelo círculo de Faro meteram literalmente na gaveta o seu extenso rol de promessas eleitorais e abandonaram os Algarvios à sua má sorte e aos seus problemas, que só podem agravar-se num ano difícil e imprevisível como parece vir a ser 2023;
3. A conclusão enunciada no parágrafo é a única legítima e intelectualmente séria quando olhamos para uma proposta que ignora promessas como a construção do Hospital Central do Algarve ou a conclusão das obras de requalificação da EN 125, que contam com 0,00 € de investimento previsto para 2023; que não responde aos problemas da mobilidade no Algarve, ignorando a revisão dos descontos na A22 (apenas prevista para os territórios de baixa densidade do interior) e não prevendo medidas específicas para modernizar a ferrovia na nossa região; que não contempla quaisquer medidas de incentivo para a fixação de médicos na região, sendo ainda omissa quanto ao reforço da rede de cuidados primários de saúde no Algarve; finalmente, que não inverte a política da cativação de verbas e de desinvestimento nos serviços públicos e não avança medidas concretas para um dos maiores problemas que os Algarvios enfrentam – em particular, os jovens – que é o acesso à habitação, seja através da compra, seja através do arrendamento;
4. Olhando para a grande promessa eleitoral do PS para a nossa região nas últimas eleições – o famigerado Hospital Central, que apesar de ter há muito localização escolhida, tornou-se já numa espécie de obra de Santa Engrácia no distrito de Faro – a omissão de verbas é não só estranha, como reveladora da falta de coerência política e de palavra dos socialistas. É que poucos dias depois da apresentação da proposta de orçamento foi publicada, em 9 de Novembro último, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/2022, que prevê que seja dado seguimento ao processo de estudo e preparação do lançamento de nova parceria público-privada para a construção e o equipamento do novo Hospital Central do Algarve, incluindo a constituição de uma nova equipa de projecto. Ora, olhando para a proposta do orçamento e lenda esta resolução, só podemos tirar uma de duas conclusões: ou o que está previsto na resolução é apenas uma proclamação oca e sem consequências, como os Governos do PS já nos habituaram nesta questão; ou então ela não será executada no próximo ano, já que como é evidente para pôr a tal equipa de projecto a trabalhar e para estudar e preparar a nova PPP do Hospital Central são precisas verbas que pura e simplesmente não constam do Orçamento de Estado para 2023;
5. Não bastava ao Algarve encontrar-se numa situação de seca extrema, com a falta de água crónica – problema que não merece uma palavra que seja na proposta de orçamento – para agora aparecer um Governo que apresenta uma proposta de orçamento, apoiada pelos vários deputados do PS eleitos por Faro, que é um verdadeiro deserto de ideias, de verbas e de compromissos para o Algarve e para os Algarvios! Mais do que as promessas pré-eleitorais e do spin político da Dra. Jamila Madeira, do seu Camarada Luís Graça e tutti quanti, os Algarvios exigem neste momento difícil respostas e medidas concretas, que permitam ajudar a alterar uma conjuntura muito adversa e que tende a piorar em 2023. O que vão fazer os deputados do PS eleitos pela nossa região no próximo dia 25 de Novembro, aquando da votação final global do orçamento? O que andaram os mesmos a fazer em S. Bento durante a discussão do orçamento em sede de especialidade? Os Algarvios exigem e têm direito a respostas por parte do PS Algarve e dos seus deputados!