A construção em Lagos de um Memorial às vítimas da guerra colonial foi aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal reunida a 29 de Abril de 2019, por Proposta dos eleitos da CDU, referindo que o povo português tem a lamentar que foram milhares as vítimas mortais e as profundas marcas físicas e psicológicas deixadas em milhares de cidadãos portugueses que cumpriam o serviço militar obrigatório e das ex-colónias que combatiam pela independência dos seus Países nas frentes de batalha de Angola, Guiné e Moçambique.
A «Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África 1961/1974» regista que nos 13 anos da guerra colonial as tropas portuguesas sofreram 3.250 mortos em Angola, 2.962 em Moçambique e 2.070 na Guiné, num total de 8.290, entre os quais estão identificados 13 lacobrigenses. Regista-se ainda um enorme número ex-combatentes sofrendo de vários graus de deficiências físicas e de stress de guerra, assim como o sofrimento das suas famílias.
E a Proposta da CDU mencionava que é de toda a justiça deixar sinalizado para memória futura este sacrifício de tantos milhares de jovens na guerra colonial e promover uma reparação, que será sempre pequena para a dimensão do drama deste período, erigindo em Lagos um Memorial.
Assim, a Assembleia Municipal de Lagos deliberou recomendar à Câmara Municipal de Lagos que desenvolva os procedimentos necessários para que seja erigido em Lagos um Memorial das guerras coloniais, onde constem os nomes dos lacobrigenses que nela morreram e ainda que para a escolha da localização do Memorial seja solicitada a colaboração da Liga dos Antigos Combatentes e da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, assim como que o projecto do Memorial seja obtido por concurso público nacional, solicitando a colaboração da Associação dos Críticos de Artes para a preparação do concurso e participação como membro do Júri de apreciação das propostas.