De acordo com a publicação em Diário da República da alteração da lei orgânica do XXIII Governo Constitucional, a secretaria de estado da agricultura é obliterada da sua composição, expressando por esta via a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores a sua preocupação e perplexidade face a esta decisão.
Esta extinção surge de forma implícita porque o Governo sabe que não é edificante o tratamento que a área governativa da agricultura tem sido alvo, desde que no XXI Governo constitucional o Ministério da Agricultura perdeu a tutela das florestas e do desenvolvimento rural, seguindo-se a perda da tutela do bem-estar animal dos animais de companhia, seguindo-se a destituição de autonomia das direções regionais de agricultura e pescas e seguindo-se agora a extinção da secretaria de estado da agricultura.
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Já só há mais um lugar a perder!
Esta sequência de acontecimentos que resultam na prática no desmantelamento do Ministério da Agricultura e na desvalorização do território e das comunidades do interior do país é particularmente ofensiva no rescaldo de uma pandemia em que o setor primário não parou nunca de produzir e não passando ainda um ano sobre o início de um conflito armado na Europa que colocou em dúvida a capacidade da soberania alimentar do país.
Com esta medida, o Governo revela o total desprezo por uma instituição centenária e pela única área governativa que aplica no território nacional uma política comum com a União Europeia.
A Agricultura é o único setor económico do qual dependem 100% dos portugueses. O seu Ministério e os seus agentes não merecem a irrelevância que este Governo a está a condenar.