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Deputado João Dias afirma “Precisamos de um Presidente que mais do que andar a tirar fotografias e com situações de propaganda, muita festa, seja o garante da Constituição da República Portuguesa”

Deputado João Dias afirma “Precisamos de um Presidente que mais do que andar a tirar fotografias e com situações de propaganda, muita festa, seja o garante da Constituição da República Portuguesa”

Em declarações ao Correio de Lagos, o deputado alentejano da CDU João Dias afirma que muitas pessoas fora do PCP identificam-se com a postura de João Ferreira, candidato apoiado por este partido às eleições presidenciais, em Janeiro de 2021, e com aquilo que ele “representa em termos da defesa da nossa Constituição e da nossa soberania”.

O parlamentar, que esteve na Docapesca, em Lagos, deixa críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, mas já admite a sua reeleição.

A três meses das eleições para a Presidência da República, as quais se realizam em Janeiro de 2021, o deputado da CDU João Dias diz que muita gente, para além desta força política, se identifica com o candidato apoiado pelo Partido Comunista Português (PCP), João Ferreira, biólogo, eurodeputado e vereador da Câmara Municipal de Lisboa.

Temos um candidato que recolhe muita simpatia fora do PCP”

“Temos um candidato que recolhe muita simpatia e temos informação e manifestações de muita gente fora do PCP, nomeadamente pessoas que se identificam com a postura, com a forma de estar e com aquilo que a candidatura de João Ferreira representa em termos da defesa da nossa Constituição e da nossa soberania”, afirmou ao Correio de Lagos o deputado comunista João Dias, do círculo eleitoral de Beja, que nesta segunda-feira esteve na Docapesca, nesta cidade do barlavento algarvio, para falar com o pescador lacobrigense João Marreiros, proprietário de uma embarcação.

O encontro serviu para o deputado alentejano inteirar-se da situação deste profissional de pesca que, recorde-se, está impedido de trabalhar há dois anos por falta de pessoal e imposição da Capitania do Porto de Lagos, devido a questões de interpretação da lei ao nível da segurança marítima na sua embarcação, como foi destacado numa reportagem do nosso Jornal, publicada na edição de Setembro de 2020.

O “surgimento de novas forças políticas” e o risco de “uma confrontação com o Estado de Direito”

“Portugal está confrontado com uma situação complicada. Precisamos de um Presidente da República que mais do que andar a tirar fotografias e com situações mais de propaganda, muita festa, tenha uma consciência daquilo de que o país precisa, seja um garante daquilo que é a Constituição da República Portuguesa”, observou o deputado da CDU João Dias, numa alusão ao atual Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Isto, porque “estamos em momentos em que, com o surgimento de novas forças políticas, ou políticas que não são assim tão novas como tudo isso, podem vir aí uma confrontação com aquilo que é o Estado de Direito, nomeadamente com a Constituição da República Portuguesa, que é das mais avançadas do mundo” , alertou João Dias.

Revisão constitucional pretendida pelo Chega “não faz sentido” (…) “Foi a Constituição da República que nos salvou” no governo de Passos Coelho

“Ainda agora entrou na Assembleia da República, por parte de um partido, o Chega, um projeto de revisão constitucional”, lembrou aquele parlamentar, considerando que essa iniciativa, da autoria do também candidato presidencial, André Ventura, “é de todo em todo despropositada, não faz sentido”, perante a Constituição da República Portuguesa, a qual “foi o garante em situações difíceis, de crise ainda no governo de Passos Coelho”. “Foi a Constituição da República que nos salvou. Não nos esquecemos que houve mais de 12 leis que foram consideradas não constitucionais”, recordou o deputado da CDU.

Aproveitamos, também, esta campanha eleitoral para poder esclarecer a população e fazer com que ela pense quais são os seus interesses e quem os defende”

Numa altura em que as sondagens para a eleição presidencial apontam para uma vitória logo à primeira volta do actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, seguida pela candidata Ana Gomes, o deputado comunista encara esse processo com naturalidade.

“Temos de analisá-lo da forma que é mais natural, que é a democracia a funcionar. Será o povo a escolher. Se o actual Presidente se vier a candidatar (ainda não anunciou, mas é provável que o faça) e se ganhar as eleições, terá legitimidade democrática que lhe é conferida pelo povo. No entanto, aquilo que nós temos a ressalvar é que aproveitamos, também, esta campanha eleitoral para poder esclarecer a população e fazer com que ela pense quais são os seus interesses e quem os defende”, sublinhou João Dias. Isto, numa altura em que no PCP há quem aposte, nestas eleições para a Presidência da República, em ficar à frente da candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, e obter, assim, um melhor resultado de que conseguiu Edgar Silva, candidato presidencial, em 2026, apoiado pelos comunistas.

Recorde-se que o deputado alentejano João Dias, profissional de enfermagem, passou a deslocar-se com frequência ao Algarve para acompanhar os problemas desta região, depois de, nas últimas eleições legislativas, em 2019, a CDU ter ficado sem qualquer representante na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Faro.

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