Preocupados com o furto de alfarroba que todos os anos grassa na região do Algarve, produtores, autoridades locais e forças de segurança reuniram‐se em Boliqueime com o objectivo de, entre outras medidas, anunciar a realização de uma manifestação junto à Câmara Municipal de Loulé que visa sensibilizar a ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, para este grave problema.
Uma sexta‐feira ao fim da tarde, mais precisamente dia 29 deste mês pelas 18 horas, foram a data e hora definidas por agricultores e produtores de alfarroba para a realização do protesto, ao qual se associaram o presidente da Câmara Municipal de Loulé, António Aleixo, o presidente da Junta de Freguesia de Boliqueime, Nélson Brazão e o partido CHEGA através de elementos da direcção distrital. A reunião que teve lugar no Centro Social e Comunitário de Vale Silves, na aldeia mais ocidental do concelho de Loulé, contou também com a presença da GNR, que já em plena Assembleia Municipal se havia comprometido em colaborar ativamente na minimização deste flagelo.
Convidado a estar presente na reunião, o CHEGA juntou‐se aos demais renovando o seu apoio incondicional às vítimas de furto de alfarroba que perdurando há vários anos, apresenta agora níveis de escalada preocupantes como o atesta o facto de este ano o fruto estar já a desaparecer das propriedades ainda em estado verde. O problema, que não afecta apenas o concelho de Loulé, tem levado o partido a tentar encontrar soluções junto das autoridades locais e distritais, apoiando medidas como: a colaboração do exército; uma fiscalização eficaz à venda e à compra através do controlo de facturas; uma maior vigilância no local por parte das autoridades com a subsequente aplicação de coimas a quem estiver indevidamente nos terrenos que não sejam sua propriedade ou que não apresentem motivo válido para lá estar; a requisição do apoio dos bombeiros para que estes possam participar nas patrulhas e na própria prevenção e combate aos incêndios; ou ainda o lançamento de um apelo à participação e entreajuda dos caçadores na vigilância e informação junto das autoridades e produtores locais.
Para além disto, da reunião surgiu uma proposta que visa a criação de um Parcelário, ou seja, um documento que identifique o terreno, o seu proprietário e o número de alfarrobeiras. Da GNR surge o apelo à interajuda por parte dos vizinhos através do aviso às autoridades de modo a evitar confrontos que ponham em risco a integridade física tanto de produtores como de ladrões.
Registe‐se por fim que Loulé domina a produção de alfarroba no Algarve (70%), sendo a nossa região responsável por mais de 90% da produção nacional (cerca de 50 mil toneladas por ano).