No passado dia 1 de Fevereiro de 2023, reuniu a Câmara Municipal de Lagos onde foi votada por unanimidade uma proposta apresentada pelo vereador da CDU, Alexandre Nunes, Intitulada :50 anos da Estátua de D. Sebastião.
Em 1973, segundo a página Eléctronica da Fototeca Municipal de Lagos, ´´Foi a apresentada ao público, a estátua de D. Sebastião da autoria do escultor João Cutileiro, na Praça Gil Eanes, em Lagos.
A estátua nunca foi inaugurada, tendo sido ignorada pelo protocolo do Presidente da República aquando da sua visita a Lagos, em 18 de Setembro de 1973.
Instalada por Iniciativa da Câmara Municipal de Lagos, a obra de João Cutileiro era ´´um dos melhores monumentos portugueses por razões plásticas e intelectuais´´ e uma ´´ruptura escandalosa´´ com as regras vigentes como escrevia José Augusto França reconhecido crítico de Arte.
Outras considerações eram feitas num artigo de Alexandre Pomar no Jornal Expresso de 28 de Agosto de 1993, em que:
“Tratava-se, de facto, de uma peça realizada à margem dos cânones com que a estatuária dos Estado Novo trocara as pobres tradições naturalistas vindas de Oitocentos pela procura de uma pretensa austeridade neoclássica, bem representada por um Infante D. Henrique hieraticamente sentado em bronze logo a cerca de 500 metros, com a assinatura de Leopoldo de Almeida e data de 1960.
A inovação era imediatamente visível na construção articulada com mármores de cores diferentes, em vez do talhe de um bloco único, no corte mecânico deixando à vista as marcas dos instrumentos, em lugar do bom acabamento obrigatório, e na ausência do pedestal que respeitosamente elevasse a figura acima dos comuns mortais. Mais grave ainda era a figura ambígua de menino com que o rei se retratava miticamente, imberbe e inseguro, entre o sonho e o susto, anti-herói desengonçado, com as mãos perdidas nos guantes e o elmo desmesurado caído aos pés”.
Segundo João Cutileiro ´´D. Sebastião era o símbolo da derrota de África. Essa era uma das razões por que eu mais gostei da ideia de fazer o D. Sebastião.
D. Sebastião já não era um mito, era um misto de derrota e de esperança´´.
Considerando a importância que à época teve a estátua do D. Sebastião em Lagos e que ainda hoje é alvo de vistas e de comentários por Nacionais e Estrangeiros que nos visitam.
O vereador eleito pela CDU, Alexandre Nunes propos que a Câmara Municipal de Lagos, reunida a 1 de Fevereiro deliberasse: Promover um conjunto de iniciativas, por exemplo (conferências, exposições, visitas guiadas, etc.) comemorativas dos 50 anos da Apresentação ao Público da Estátua de D. Sebastião em Lagos da Autoria do Escultor João Cutileiro.