Foi aprovado na Assembleia da República, no passado dia 22 de Julho, o Projecto de Resolução do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) que propõe ao Goveno o resgate da concessão e requalificação dos troços da EN125 compreendidos entre Olhão e Vila Real de Santo António, o qual foi entregue há já mais de um ano.
Nas palavras do Bloco, a EN125 é «uma verdadeira rua urbana», mesmo depois de requalificada uma parte entre Vila do Bispo e Olhão. Contudo, para o partido, «pior ainda é o facto de ainda hoje não se saber quando avançarão as obras entre Olhão e Vila Real de Santo António»; isto a juntar à situação das portagens na Via do Infante, há muito reivindicada, sendo que estas «fazem confluir grande parte do trânsito para uma EN125 que fica deveras congestionada, provocam elevados prejuízos e muito sofrimento para utentes, empresas e populações».
Além dos prejuízos sociais e económicos, a sinistralidade rodoviária tem disparidade nas estradas da região, principalmente na EN125, com várias vítimas. Nos últimos três anos, segundo consta houve mais de 10.000 acidentes de viação no Algarve. Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, só entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro deste ano já ocorreram no Algarve 9.102 acidentes, com 28 vítimas mortais e 198 feridos graves (igual número de mortos e mais 32 feridos graves em relação ao mesmo período do ano anterior). «Todos estes números deviam envergonhar o governo e outros responsáveis políticos», desfere o BE.
Segundo o Bloco, a sinistralidade rodoviária na EN125 tem sido potenciada no Sotavento/Algarve, mais precisamente pela falta de requalificação entre Olhão Nascente e Vila Real de Santo António. Recorde-se que esta parte da via apenas mereceu uma mera requalificação de emergência, a título provisório, antes do Verão de 2018 onde foram tapados os buracos mais visíveis após protestos de utentes e populações. «Havia troços completamente esburacados, bermas numa situação muito lastimável, o que, além de tornar a circulação automóvel muito perigosa em áreas altamente urbanizadas, implicava um desgaste físico e psicológico acrescido, assim como riscos de avarias para os veículos. Estes remendos provisórios estão a degradar-se rapidamente e o que verdadeiramente importa é a requalificação urgente e definitiva da via», explica o partido.
Esta é uma posição igualmente defendida por todas as Câmaras Municipais do Algarve, incluindo Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António, conforme veiculado pela Comunidade Intermunicipal do Algarve/AMAL; também o Movimento de Cidadania dos Utentes da EN125 – Sotavento e outras entidades e cidadãos do Algarve fazem eco da proposta.