O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), José Apolinário, participou na XIII Reunião da Comissão Luso-Espanhola para a Cooperação Transfronteiriça (CLECTF), cujas recomendações finais a enviar aos dois Governos reiteram as posições da região do Algarve em diversas matérias, nomeadamente das infra-estruturas de comunicação e transportes entre Portugal e Espanha.
Reunida em Mérida nesta quarta-feira, dia 29 de Outubro, a CLECFT aprovou um conjunto de recomendações apresentadas pelos principais actores institucionais das zonas de fronteira de Portugal e Espanha, que agora serão submetidas aos Governos de Lisboa e Madrid, na Cimeira Ibérica prevista para o próximo mês de Outubro.
Entre outras matérias, sublinha-se no domínio das infra-estruturas, que a comunidade de trabalho Alentejo, Algarve e Andaluzia (EuroAAA) pretende dar prioridade à realização da ligação transfronteiriça Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana;
reforço da fachada portuária e consolidação do Guadiana como uma via navegável até Mértola; concluir a primeira rota atlântica pertencente à rede EUROVELO (rede europeia de ciclovias), em desenvolvimento em Portugal através da Ciclovia Litoral do Algarve que ligará de Sagres a Vila Real de Santo António e a Ayamonte.
Destaque igualmente para a defesa da ligação dos corredores transeuropeus do Atlântico e Mediterrânico de Andaluzia até ao Algarve, mediante a linha de alta velocidade desde o Aeroporto de Sevilha, Huelva até ao Aeroporto de Faro e, no futuro, Beja e Lisboa, através da realização de um Estudo de Viabilidade sobre o desenvolvimento dos transportes de mercadorias e a intermodalidade no eixo ferroviário do Sul.
Congratulando-se com o andamento dos trabalhos previstos na Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECDT), a CLECTF registou ainda a importância do financiamento disponibilizado pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (POCTEP), que neste quadro já disponibilizou 484 milhões de euros para a execução de 238 projectos envolvendo 1.620 beneficiários, em áreas de intervenção tão diversas como inovação, combate ás alterações climáticas, apoio a pequenas e médias empresas e capacitação das administrações públicas.
Com base nas lições aprendidas com a pandemia, a CLECTF defendeu uma clarificação dos critérios para o fecho e abertura de fronteiras, envolvimento a comunidades locais, o reforço da promoção do bilinguismo, criação de instrumentos de favoreçam a recuperação das estruturas empresariais e a reactivação da actividade económica e laboral, a necessidade de protocolos conjuntos para a gestão de emergências sanitárias e biológicas, protecção civil e fenómenos climáticos adversos, defendendo-se inclusivamente a criação de um 112 Transfronteiriço, bem como a unificação das normas para a utilização de drones e de transferências de chamadas relacionadas com emergências nos territórios transfronteiriços.
A harmonização e o reconhecimento das qualificações académicas e profissionais e o reforço do investimento nos domínios da investigação e inovação, em sintonia com as Estratégias de Especialização Inteligentes (RIS3) das regiões,
designadamente na produção de energias limpas, na agricultura de alta precisão, na economia azul e na melhoria da gestão dos espaços florestais.