Artigo de Opinião de Hugo Palma
Jornal Correio de Lagos |Edição 346 · AGOSTO 2019|
“Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.” Sigmund Freud
Saudações Lacobrigenses, percorrendo todos os recantos de Lagos, repletos de encontros e desencontros desde as suas magníficas praias, ruas, becos, bares, cafés, restaurantes e lojas. Facilmente vislumbramos que em todos nós existe um instinto primário que regula o nosso comportamento e percepção de forma consciente e inconsciente. Falo abertamente da sexualidade e de todos os instintos, desejos e pulsões que elaboramos no dia-a-dia. Temos tendência a relativizar este tópico, mas constitui uma parte essencial para o equilíbrio e homeostasia da nossa saúde mental. Sem Amor não somos nada… Realço desta forma a importância da vida sexual como forma de ligação corpórea e emocional ao mundo. Como seres biológicos todos temos o dever de procurar satisfazer as nossas pulsões sexuais mediante os padrões sociais instaurados. Também temos o direito de praticar sexo seguro com o consentimento e desejo do(a) nosso(a) parceiro(a), respeitando as suas necessidades. O sexo como um culminar de momentos de prazer, cumplicidade, união, carnalidade e amor imensurável.
A banalização e distorção da actividade sexual pode gerar um sentimento de incompletude, pois a sua actividade descontextualizada poderá distorcer a sua essência e conteúdo. Num momento em que é debatido ferverosamente o assédio sexual, agressões sexuais e desvios sexuais com repercussões catastróficas para as suas vítimas, devemos ter sempre em mente que o respeito, dignidade, desejo e amor são a base de uma vida sexual saudável e segura. A cidade de Lagos no Verão está imersa em sexualidade. Atitudes de cortesia e sensualidade pairam no ar; facilmente se encontram pessoas dispostas a usufruir dos prazeres da carne e em busca do amor.
Com uma certa nostalgia da vivência do cortejo, do romance e do amor, no Verão os encontros parecem eclodir com maior espontaneidade. Permanecem sempre em nós lembranças de antigas colisões, relações significativas e paixões que vivemos nas férias de Verão. O bater forte do frágil coração, a sudação e sensações inexplicáveis são vividas nos que procuram no amor, sexo e “forrobodó” uma forma de libertação de todas as vicissitudes da vida. A bem da saúde mental, pratiquem o amor de forma segura e responsável…
“O amor é a mais complexa forma de arte. A sua essência é simplista, mas a sua composição é cheia de detalhes e pormenores incompreensíveis.”