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“Quando eu crescer, estarei ao teu lado para saber que ainda te amo”

“Quando eu crescer, estarei  ao teu lado para saber que ainda te amo”

Artigo de Opinião de HUGO PALMA

Saudações Lacobrigenses, o tempo tem tendência em fugir nas entrelinhas, por isso tenho urgência em escrever tudo o que passa por esta mente sem entraves à criatividade e fluência do pensamento. Uma das questões que sempre coloquei foi até que ponto controlamos o brilhante organismo que temos ao nosso dispor todos os dias, para além do nosso corpo que nos coloca entraves físicos, o nosso cérebro eleva-nos a um patamar no qual desconhecemos todas as suas potencialidades. Quantas vezes têm a noção do que está realmente a ser processado no vosso cérebro no decorrer das vossas vidas, mesmo com todo o conhecimento que têm acessível na nossa sociedade dita moderna.

O nosso cérebro ainda se mantêm irreconhecível para nós, conhecemos aquilo que fazemos ao mesmo tempo que o realizamos, no entanto dispomos de uma elaboração  inconsciente (desconhecida) que introduz uma aleatoriedade essencial para o nosso equilíbrio. Na experiência real interagimos com o mundo enquanto na experiência inconsciente interagimos conosco. O discurso é o diálogo que mantemos  acerca de qualquer assunto que estejamos a considerar,  o pensamento é um diálogo silencioso da consciência consigo própria,  a nossa  opinião 
é a conclusão deste diálogo.

O diálogo silencioso de mim comigo próprio, revela a qualidade especificamente humana, cada um tem na sua própria forma de delinear o que considera mais relevante  na sua vida, procurando nos dias que dispõe, alcançar os objetivos que se propõe a realizar ou imaginar. A realidade factual devido à sua aleatoriedade apresenta-nos diversas variantes que nos afastam, aproximam ou alteram o que é mais relevante para nós, como tal todo o nosso projeto de vida , está sempre a mudar.

Os objectivos que concebemos no decorrer da nossa vida podem ser alcançados ou resultar em so
frimento, pela sua inconclusão ou simplesmente desvanecerem sem repercussões para o nosso existir. Quando somos crianças tudo parece ser mais simples, sem as complexidades das relações por interesse , uma realidade em que o ser, é tudo o que importa, pois todos os que nos rodeiam parecem demonstrar o amor real. Mas mesmo isso parece uma ilusão para nós adultos, quando olhamos para o passado  no qual  também sofremos as vicissitudes da vida. Sou um homem e tanta coisa me passou ao lado,  por não ser reconhecível para mim que o viver e as memórias do que sou estão sempre a mudar. Desde o momento 
em que nasci até padecer, a vida será assim, cada dia que vivo estou a construir para mim novas vidas, emoções e memórias. Viver é estar bem no nosso corpo e pensamento, conhecer quem nos quer bem e ama, o resto é paisagem e devaneios.

Sendo assim quando crescer estarei ao meu lado, sabendo que existiram várias pessoas na minha vida que me mostraram o que amar realmente é…

Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.        

 “Fernando Pessoa”

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