Muitas pessoas perguntam-nos porque razão o movimento Lagos com Futuro, constituído maioritariamente por cidadãos independentes, se apresentou às eleições em coligação com dois partidos. A resposta é simples: foi a única forma de garantirmos que Lagos tivesse uma alternativa independente nestas eleições.

A marcação tardia das eleições pelo Primeiro-Ministro impediu que recolhêssemos, dentro do prazo legal, as cerca de 1.300 assinaturas necessárias e os 100 candidatos que teriam de constar no verso das folhas para validação em tribunal. Em 2013 e 2017 fomos a eleições apenas com as assinaturas de cidadãos — mas este ano o calendário tornou isso impossível. Esta decisão governamental complicou a vida aos movimentos independentes em todo o país, e há concelhos onde, por este motivo, não foi sequer possível apresentar candidaturas.

Assim, tivemos de encontrar uma solução: formar uma coligação pré-eleitoral. Importa esclarecer que:

O PAN apenas indicou 4 pessoas nas listas.

O partido Nós, Cidadãos! não tem qualquer candidato nesta coligação.

Todos os restantes candidatos pertencem ao nosso grupo de cidadãos independentes.

No dia 12 de outubro, a coligação termina: o PAN constituirá a sua bancada e a Lagos com Futuro constituirá a sua própria bancada, como sempre foi.

É injusto e incorreto dizer o contrário. Quem afirma que não somos independentes “fala por falar”. Mais útil seria que os partidos maiores explicassem às pessoas como funcionam as subvenções estatais que recebem, que lhes permitem ter dezenas de outdoors espalhados pela cidade, pagos pelo Orçamento de Estado, ou seja com o dinheiro dos portugueses. O nosso movimento recebe zero apoios públicos antes das eleições, e por isso não dispõe das mesmas armas comunicacionais. Essa é a verdadeira desigualdade da democracia local.

O trabalho dos últimos 4 anos

Apesar de não ter ocupado nenhum cargo autárquico, nunca deixei de apoiar ativamente a Lagos com Futuro:

Estive presente em praticamente todas as reuniões preparatórias da Assembleia Municipal (presenciais e online).

Ajudei na elaboração de declarações de voto e moções.

Contribuí com artigos para a revista municipal e para o suplemento da AM.

Apoiei de perto os eleitos nas Juntas de Freguesia, que podem atestar esse trabalho.

Não posso aceitar que se diga que os eleitos ficaram sem apoio, ou que o movimento “desertou”. Quem saiu fê-lo por motivos pessoais ou de saúde, que só os próprios podem explicar. Muito menos compreendo que alguém que participou 8 anos na Lagos com Futuro, e que se projetou graças a este movimento, venha agora afirmar que não somos independentes. Então ele próprio era o quê, segundo a sua opinião? E aceitou esta situação durante 8 anos?

A Lagos com Futuro é, e continuará a ser, um movimento de cidadãos independentes, livres e determinados em fazer mais por Lagos.

Porque Lagos merece mais!

Luís Barroso