A DECO informa…
E se, para atacarmos o problema do excesso de plástico no ambiente, pudéssemos, simplesmente, sem problemas de consciência, deitá-lo fora depois de o usar? Falamos de bioplástico, ou seja, como aponta o nome, um plástico preparado para ser consumido pela natureza sem a atropelar, biodegradável e compostável.
Por definição, são feitos de materiais de origem biológica. E, dependendo da forma como são transformados, podem ou não ser biodegradáveis. Se o forem, decompõem-se em vários elementos sob a acção de organismos vivos, depois de serem deitados fora.
Porém, as coisas não são assim tão simples: há níveis diferentes de decomposição consoante o tipo de material. O tema é tão complexo quanto as múltiplas formas de plástico que existem. Para além de vários níveis de biodegradação, há polímeros (estruturas microscópicas que formam os plásticos) que exigem condições muito específicas para se degradarem correctamente e poderem ser usados na produção de composto, um fertilizante orgânico de origem natural. Confuso? Talvez. Alguns plásticos só se degradam a uma temperatura de 55ºC, difícil de alcançar fora do laboratório... Daí que ainda seja complicado dar uma definição cabal do que é biodegradável ou compostável, ou seja, matéria orgânica capaz de ser utilizada para outros fins.
Para além disso, parte dos despojos do plástico que depositamos nos contentores amarelos, para reciclar, poderá ter de voltar ao contentor do lixo, por ser biodegradável.
As embalagens, os sacos ou as caixas em bioplástico poderão, desta forma, ter outro fim, como serem utilizados, com outros resíduos orgânicos (restos de frutas ou alimentos, por exemplo), para fertilizantes e adubos agrícolas.
Mas faltam pontos de recolha seletiva de resíduos orgânicos (próprios para a compostagem) em quase todo o País, e é preciso despertar as autarquias para o problema. Até porque temos metas europeias a cumprir, não só de reciclagem, mas também no aproveitamento de biorresíduos, para os quais olhamos ainda como lixo indiferenciado.