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Opinião: «Os sinais da Natureza versus sobrevivência do Ser Humano»

Opinião: «Os sinais da Natureza versus sobrevivência do Ser Humano»

Artigo de Opinião de Francisco Gaspar, Presidente da CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lagos).

Hoje, quando acordei, ainda não tinha nascido o dia. Revi em segundos a minha vida dos últimos anos, desde que entrei na idade em que vemos o mundo de uma forma afetiva, solidária e preocupada com o sentido da sua evolução. Assustei-me com as conclusões que tirei. Dentro daquele sentimento egoísta que em todos nós existe , obviamente que pensei nos meus familiares mais próximos e designadamente naqueles que são mais novos e mais
pequenos. E desfilei pela minha mente todos os sinais que a natureza constantemente nos vai dando : cheias avassaladoras como resultado de chuvas de grande intensidade, aumentos brutais de temperatura onde habitualmente o clima era bastante ameno, degelos de grande dimensão nas camadas polares, deslocação de espécies para locais onde isso era impensável até há pouco tempo, espécies que estão em desaparecimento acelerado, alterando
completamente os ecossistemas e cadeias alimentares, desaparecimento em grande escala das reservas de água, situação que reputo de uma gravidade extrema e que já cria disputas em várias zonas do mundo, disputas essas que se traduzem em conflitos armados e que certamente trarão mais desalojados . Não obstante tudo isto, pouco alterámos os nossos hábitos. Temos desafiado constantemente o equilíbrio natural e já estamos a sofrer as consequências.

Julgo até que já teremos entrado em “becos” sem saída. Não educámos suficientemente para uma verdadeira cidadania e consciencialização de até onde poderíamos ir. Criámos problemas de uma gravidade extrema que poderá colocar em causa a nossa própria sobrevivência. E tudo isto porque subsiste , infelizmente, uma visão de presente e não uma projeção do futuro a que também não é alheia a ganancia pelo lucro. É mais urgente do que nunca que o poder político reganhe supremacia sobre o poder económico para que seja reposta alguma ordem e ainda se consiga minimizar alguns destes problemas. Ao nível local apelo a que seja feita uma forte e continuada aposta na educação para a cidadania junto de jovens e não jovens. Todos nós adultos temos uma obrigação: legar aos vindouros um mundo melhor e não o contrário.

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