Cristóvão Norte
O processo relativo ao novo Centro Oncológico de Referência do Sul ameaça transformar-se num absurdo enredo kafkiano, tal são as complicações a que está sujeito.
Não obstante, em março do corrente ano, o compromisso público do Primeiro-ministro, António Costa, de avanço do projeto - interrogamos-nos sobre o que a sua palavra vale em tantos domínios da vida do Algarve e do país, o facto é que o mesmo foi objecto de parecer desfavorável por duas entidades sob tutela direta do Ministério da Saúde: por parte da ARS Algarve, numa primeira instância, e, numa segunda, parecer igualmente negativo por parte da Comissão liderada por Francisco Ramos, a qual coordena os estudos tendentes ao eventual lançamento do novo hospital central do Algarve.
Segundo Cristóvão Norte, Presidente do PSD Algarve: “Por absurdo, o Governo estabelece que um projecto é para realizar e são as mesmas entidades que tutela que impedem que o processo avance! Enquanto isso, dispendem-se cinco milhões por ano para enviar doentes oncológicos para Espanha. Contado, ninguém acredita.”
Por absurdo, assinala o PSD Algarve, o projeto já tem comparticipação comunitária garantida de 60% do seu valor total, o qual ascenderia a 14 milhões de euros. Por absurdo, já tem data prevista para entrar em funcionamento, em finais de 2024. Por absurdo, o projeto já tem concurso público lançado pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), designadamente de especialidades.
Por absurdo, o projeto já tem assinado o protocolo entre a Associação de Municípios Faro/Loulé e o CHUA, a única entidade responsável pela construção, manutenção e exploração de todos os recursos técnicos e humanos deste centro, com vista a fixar o local do edifício, no Parque da Cidades.
Segundo Cristóvão Norte, “ este projeto é vital para dar resposta a 1500 doentes diagnosticados com cancro na região, assegurando que podem ser mais rapidamente diagnosticados e tratados no Algarve, pondo cobro ao calvário de irem para Espanha ou para Lisboa para fazer tratamentos. É uma muito necessária valência que não avança porque não há rei nem roque. Uns dizem que se deve situar o centro oncológico dentro do futuro hospital, os outros dizem que deve ser na porta ao lado. É urgente resolver este problema.”
O PSD Algarve assinala que atualmente o CHUA dispende em concursos públicos internacionais para a adjudicação de exames e tratamentos de medicina nuclear e de radioncologia, um valor de 5 milhões de euros anuais e exorta o Ministro da Saúde que hoje visita o Algarve a resolver imediatamente o problema.