(Z1) 2024 - CM de Aljezur - Aljezur Sempre
(Z4) 2024 - Natal em Lagos

Imortalidade da nossa «Pegada Existencial»

Imortalidade da nossa «Pegada Existencial»

Artigo de opinião de  Hugo Palma

Jornal Correio de Lagos Edição Impressa  347 · SETEMBRO 2019 

 

O fim da linha é inevitável, mas as memorias perduram no éter rumo ao infinito A dadiva de ser no mundo é indelével /Hugo Palma / 

Saudações Lacobrigenses. Dançando no escuro da noite e sob as estrelas, percepcionamos a nossa pequenez perante um vasto céu, que nos conforta no seu raiar. Desde a nossa origem nascemos, pensamos e sentimos o mundo como meros viajantes temporários no percurso da humanidade. Todos somos assolados por uma angústia básica chamada “expirar”, que molda o que experienciámos diariamente na nossa passagem. Enquanto o nosso corpo biológico desfalece com a “batuta” do tempo, somos levadospela maré e leis físicas da “P.D.I”. Através do reflexo no espelho, somos confrontados com o passar dos segundos, em consonância com a suposta ordem natural das coisas. A efemeridade da nossa presença é ténue, são poucos os transeuntes que lhe dão a devida atenção. No entanto, existe um hipotético conforto momentâneo. Pensar que permanecemos sempre intemporais através do trilho de recordações que deixamos na nossa caminhada. Somos feitos para viver memórias singelas da história que criamos. Existir é viver o que somos, onde estivemos e para onde vamos. Mediante uma memória colectiva, perseveramos no tempo através dos outros. São as  narrativas das nossas “epopeias” e particularidades que permanecem de nós quando padecemos.Todos os nossos preciosos momentos mnemónicos, sentimentais e criativos mantêm-se no espaço e tempo em relações complexas. A forma como navegamos nas nossas tormentas e celebramos nos dias de sol constitui o nosso legado existencial. Existem várias hipóteses pomposas para quem “almeja” a imortalidade da sua vivência enquanto ser humano; é só escolher aquela que mais conforta o seu coração e pensamento. Os sistemas de crenças sobre a morte são como o colorau: não fazem bem, nem fazem mal. Sendo um “optimista céptico”, sinto-me imerso em todas as teorias existentes procurando entender o seu significado. Ainda assim, nenhuma crença ou credo deverá sobrepor-se aos valores essenciais  da vida, da liberdade e do respeito. 

Na imortalidade da nossa pegada existencial, Nada se explica nem se  consola, pois tudo está certo depois.   

Música  do mês de Setembro: Pink Floyd - Shine On You Crazy Diamond [ Official Music Video 

  • PARTILHAR   

Outras Opiniões

: