Há as incorrectas, mas sem intenção de causar dano, as propositadamente falsas e com o objetivo de prejudicar, e as verdadeiras, ainda que divulgadas de forma a provocar pânico.
A complexidade das fake news é tal que alguns especialistas lhes rejeitam o nome e falam em “poluição informativa”, que conduz a uma information disorder. Não existe uma tradução perfeita, mas podemos chamar-lhe “distúrbio provocado pela informação”.
Se algumas informações, ainda que absurdas, são benignas, outras podem ter consequências funestas. As alegações dos movimentos antivacinas, de que causam autismo, já foram mais do que desmontadas pela ciência. Mas os seus seguidores preferem acreditar numa falácia, com isso arriscando a segurança da comunidade. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde classificou a recusa das vacinas como uma das 10 ameaças globais mais graves.
Em 2018, a Comissão Europeia promoveu um acordo entre aquelas e a indústria publicitária, para que fosse adotado um código de boas práticas. Facebook, Twitter, Google e YouTube assinaram. Contudo, não passámos das boas intenções. Por exemplo, ainda é possível promover uma página ou conteúdos antivacinas no Facebook.
A comunicação social tradicional é também parte da solução. Mais rigor a redigir as notícias, uso de títulos que não sejam apenas armadilhas para levar o leitor a abrir um conteúdo e serviços de verificação de factos, como o Polígrafo, são armas na construção de confiança.
Apresentamos algumas recomendações que podem ajudar a identificar as fake news:
- Pesquise a fonte, saia da notícia e procure mais sobre o site;
- Verifique quem é o autor, existe mesmo? É credível?
- Verifique a data da publicação, pois por vezes circulam noticias antigas que perderam relevância na atualidade;
- Confirme se existem fontes extra de informação, por exemplo, outros links para estudos científicos, e verifique se são credíveis;
- Leia mais, por vezes os títulos são bombásticos apenas para nos fazer abrir a notícia, leia a mesma na integra;
- Questionar-se, coloque de parte as suas crenças e tente avaliar a informação factualmente;
- Fale com quem sabe, se ficou com dúvidas procure a opinião de um médico ou um serviço de verificação de factos, uma entidade oficial ou até mesmo uma universidade.