"A famosa "Gena" desvenda segredos da doçaria mas não só…" 

Grande Reportagem exclusiva  presente na Edição impressa do Correio de Lagos de Agosto 2019              

Com base no marco histórico da entrada no Guiness com o Maior Dom Rodrigo do mundo, confeccionado em Lagos, a que se acrescenta a dita melhor "Feira Arte Doce" de sempre, é pois a ocasião perfeita para uma grande reportagem com Maria Eugénia Murtinheira Branco Militão. Natural e residente em Lagos, "Gena", como é conhecida, tem 61 anos de idade e é doceira, formadora/professora e colaboradora prestigiada do CL, sendo um rosto emblemático em eventos regionais e nacionais da doçaria –  uma proeminente figura, procurada pela imprensa e televisões para levar o nome de Lagos e dos nossos doces a muitas paragens. Eugénia é também funcionária da Câmara Municipal de Lagos, esposa, mãe de dois filhos (Filipa e João Miguel) e avó, carregando quotidianamente um "fardo pesado” a par da fama. Uma verdadeira mulher de armas.
 

Correio de Lagos – Desde logo, como reagiu a este histórico galardão conquistado com o Dom Rodrigo a figurar no Guiness?

Eugénia Militão – Para mim, foi uma honra ter liderado este projecto. Quando me envolvi nele foi para ganhar, tive sempre em conta as dificuldades e a exigência do juiz do Guinness, mas adorei este de safio. Sinto-me realizada, foi mais uma conquista.

CL – Foi um trabalho árduo de uma equipa liderada por si. Aceitou o desafio com expectativa alta e ciente de um escrutínio de enorme responsabilidade?

EM – Sim, claro, é uma grande responsabilidade mas também uma grande honra.

CL – Este carimbo internacional aconteceu justamente na Feira Arte Doce, que segundo o grosso das opiniões foi a melhor de sempre. Qual é a sua opinião? EM – Estou de acordo, uma vez que estamos na feira do doce, o local era o ideal.

CL – Como e quando nasceu esta paixão e aptidão pela arte da doçaria?

EM – Sempre gostei de fazer doces. Após uma formação de dois anos, num curso de conservação do património da doçaria regional, acabei por me envolver de alma e coração nesta arte.

CL – A Gena é um rosto incontornável da doçaria local e regional. Já ganhou diversos prémios, é professora/formadora e leva o nome de Lagos a todo o país, mesmo através das televisões. Como se sente nessa pele de embaixadora?

EM – Maravilhosamente bem, adoro esta arte.

CL – Há quem pense que a Eugénia vive dos doces. Porém, a verdade é que também é funcionária da Câmara Municipal de Lagos. Significa que afinal ainda não é possível viver exclusivamente da arte da doçaria?

EM – Claro que não. A nossa doçaria tem altos e baixos, isto é, vende-se mais em épocas festivas e não é fácil as doceiras competirem com os preços praticados pelas fábricas.

CL – A sua competência e magia na confecção de doces já deu fantásticas sementes, somando um conjunto de alunas que se tornaram doceiras, incluindo a sua filha Filipa. Está orgulhosa do seu percurso e deste legado?

EM – Muito orgulhosa, actualmente existe uma quantidade de doceiras formadas por mim, das quais saliento as que me acompanharam nesta tarefa de fazer o maior D. Rodrigo do mundo. Quanto à minha filha, sim, ela também é uma grande doceira já com alguns prémios ganhos.

CL – A Gena tem uma família e, portanto, perante inegável azáfama profissional, ainda reserva tempo indispensável para as tarefas familiares. Um fardo pesado, carregado por uma verdadeira mulher de armas. Há tempo para divertir-se?

EM – Nesta vida há tempo para tudo, para a família e para o lazer.

CL – Diga lá, “rainha dos doces”: ainda tem outros projectos na calha?

EM – (risos) Na minha cabeça existem sempre projectos para concluir e novos desafios, sempre.

CL – Quer deixar alguma mensagem especial?

EM – Sim, um muito obrigada a toda a equipa que me acompanhou neste projecto, e um obrigada à Camara Municipal de Lagos por me permitir  realizar este sonho. 

«Adorei este desafio. Sinto-me realizada, foi mais uma conquista (...)»