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Timo Dillner: Artista levou cor às terras do Barlavento com exposição ambulante de pintura em tempo de pandemia

Timo Dillner: Artista levou cor às terras do Barlavento com exposição ambulante de pintura em tempo de pandemia

No âmbito do Dia Mundial da Arte, celebrado a 15 de Abril, a rubrica "Círculos de Cultura" da passada edição de Abril contemplou Timo Dillner, artista local de raízes alemãs, mas com uma profunda paixão pela beleza natural da nossa Costa de Oiro.

Marta Ferreira

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Timo, 55 anos, nasceu em 1966, em Wismar (República Democrática Alemã). É letrado em Pedagogia, Arte e Filologia Germânica (1985-1989) e em tempos foi assistente no Museu de Arte Contemporânea de Cottbus, na Alemanha (1989-1998). Fixou-se em Lagos há 22 anos como Escritor e Artista. Em 2000, foi pioneiro na introdução do conceito de "Contineralismo Poético", depois de levar a cabo uma exposição de pintura com o mesmo nome.

A sua mais recente exposição ambulante intitula-se "The Great Conquistador" e passa por diversos pontos atractivos do Barlavento, desde o Cabo de São Vicente, em Sagres, à Zona Ribeirinha de Portimão, passando também pela Avenida dos Descobrimentos de Lagos (e não só).

Devido à pandemia, a última exposição de Timo foi no Verão de 2019, no Museu Municipal de Faro – e ao que tudo indica, a próxima está em stand-by. O futuro surge incerto para a Cultura e artistas do sector, na medida em que as suas pinturas estão, por enquanto, consignadas apenas às paredes de casa, longe do olhar do público.

Em nota escrita no seu website, o artista esclarece desde logo os espectadores sobre o significado deste tipo de exposições.

O intuito é que funcionem como uma antologia móvel, de modo a que a Arte em questão possa ser consumida por qualquer um independentemente das suas posses monetárias. Timo explica que, por norma, exposições em galerias exigem toda uma «máquina de propaganda» para potenciar a sua visibilidade perante o público, o que acaba por tornar-se «caro e complicado».

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«O artista deve sempre procurar inventar algo novo»

Quanto à situação pandémica, que sabemos estar a afectar fortemente o sector da Cultura e seus profissionais, Timo aponta o «cancelamento da Cultura» e a viragem para o digital (pela facilidade de partilha dos mais variados conteúdos na Internet) como factores determinantes para esta crise artística, afirmando que «o artista deve sempre procurar inventar algo novo para satisfazer o desejo de levar as suas pinturas a mais gente, assim como acalmar a "fome" de ser visto».

Sem exposições, eventos ou projectos de momento, a Internet surge para Timo como forma de suprir essa lacuna. Contudo, considera-o algo limitador, uma vez que a Arte também merece «visitar e ver o mundo».

Neste contexto, o conceito de "exposição ambulante" ganha um novo sentido: além de ser mais fácil realizar uma exibição sem recorrer a museus, estúdios ou galerias, para Timo é mais fácil pegar «em três, quatro ou mais pinturas e uma mochila para viajarem por aí e serem descobertas».

A ideia concretizou-se. Estão agora expostas pinturas da autoria de Timo junto da Muralha de Lagos, do Porto de Sagres, do Forte do Beliche, do Cabo de São Vicente, da Praia da Ingrina, do Menir do Padrão de Vila do Bispo, das Hortas do Tabual e Zona Ribeirinha de Portimão, sendo que cada obra tem junto a si uma pequena placa com o nome da exposição e o endereço web de Timo (www.timodillner.com).

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«A beleza do Algarve, nomeadamente das Terras do Infante, está mesmo à "porta de casa". As minhas pinturas são apenas o objecto que viaja e emite a mensagem»

E acrescenta: «O isco mais apetitoso para verem as minhas obras são, com certeza, as fotografias. A ideia é única, mas a beleza do Algarve, nomeadamente das Terras do Infante, está mesmo à "porta de casa". As minhas pinturas são apenas o objecto que viaja e emite a mensagem».

Esta exposição ambulante convida precisamente quem se depare com ela a visitar o conteúdo e obra de Timo na Internet; uma estratégia adaptada à realidade que se vive devido à Covid-19. Assim, mais pessoas terão «a chance de ver obras de Arte que provavelmente nunca veriam noutras circunstâncias», explica.

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«Quero alcançar mais gente para dar a conhecer as minhas obras e promover-me como artista»

A maior dificuldade foi escolher um idioma para as mensagens escritas. Decidiu-se pelo inglês: «Estamos em Portugal e a nossa língua é o português, mas penso que a maioria das pessoas fala ou, pelo menos, entende inglês. Afinal, quero alcançar mais gente para dar a conhecer as minhas obras e promover-me como artista».

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Exposições já realizadas

2009: Exposição individual "Não farás para ti imagem – Du sollst dir kein Bild machen", no Centro Cultural de Lagos;

2012: Exposição individual de obras gráficas da Galeria Municipal de Vila Franca de Xira/ Lisboa;

2013: Exposição individual "O Contineralismo poético – Portos Novos" de pinturas e poemas, na Galeria Municipal "Das Baumhaus", em Wismar;

2015: Exposição individual "O Contineralismo poético – Mundos Novos" de pinturas e poemas, obras gráficas, esculturas e vídeo, no Museu de Portimão;

2016: Exposição individual "O Contineralismo poético – Achados" de pinturas e poemas, obras gráficas e esculturas, no Museu Municipal de Lagos;

2017: Exposição individual "O Contineralismo poético – Horizontes Novos" de pinturas e poemas, obras gráficas e esculturas, no Centro Cultural de Lagos;

2019: Exposição individual "O Contineralismo poético – Bagagem de Mão" de pinturas, poemas e esculturas, no Museu Municipal de Faro.

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Selecção de publicações

2007: Ensaio "Arte = [é igual]", BuHch Kunst & Literatur, Lagos (bilíngue, português/alemão);

2008: Romance de fantasia "A Morte do Rei", com ilustrações, BuHch Kunst & Literatur, Lagos (língua alemã);

2008: "A obra de arte do século" (sob o pseudônimo Jeremias Hock), BuHch Kunst & Literatur, Lagos (língua alemã);

2012: "O Contineralismo Poético", BuHch Kunst & Literatur, Lagos (bilíngue, português/alemão);

2013: "O Contineralismo Poético – Novos Portos", BuHch Kunst & Literatur, Lagos (bilíngue português/alemão);

2015: "O Contineralismo Poético - Novos Mundos", BuHch Kunst & Literatur, Lagos (bilíngue, português/alemão);

2015: DVD "Vocado – Henrique, o Navegador/Aufbeschworen – Heinrich der Seefahrer", apoiado pela Direcção Regional de Cultural do Algarve (bilíngue, português/alemão);

2019: Livro de poesia "Bagagem de mão" BuHch Kunst & Literatur, Lagos (bilíngue, português/alemão).

2020: Entrevista com Timo Dillner "Aqui Portugal, Lagos", para a RTP Internacional.

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Fotografias

1 - Estátua Infante D. Henrique, em Lagos.

2 - Cabo de São Vicente, em Sagres.

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In: Edição Impressa do Jornal Correio de Lagos nº366 · ABRIL 2021

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