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Investigador da Universidade de Coimbra conquista prémio internacional pela utilização ética de animais em laboratório

Investigador da Universidade de Coimbra conquista prémio internacional pela utilização ética de animais em laboratório

O investigador principal do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento da Universidade de Coimbra (MIA-Portugal) e do King’s College London, Alessio Vagnoni, conquistou o Prémio Internacional Global 3Rs 2025, na categoria Europa, África e Médio Oriente, que reconhece a ética no uso de animais em laboratório na sua investigação.

Este galardão, atribuído pela Associação para Avaliação e Acreditação do Cuidado de Animais de Laboratório (Association for Assessment and Accreditation of Laboratory Animal Care International, em inglês), distingue anualmente contribuições inovadoras para a substituição, a redução e o refinamento (os chamados 3Rs) do uso de animais na ciência, tanto na academia como na indústria, apoiando o avanço ético da investigação. É atribuído em três categorias: Europa, África e Médio Oriente; América do Norte, América Central e América do Sul; e Ásia-Pacífico.

O prémio reconhece o trabalho desenvolvido por Alessio Vagnoni no MIA-Portugal, onde lidera o Grupo de Biologia Celular do Envelhecimento Neuronal, que investiga de que forma o tráfego intracelular influência a função neuronal e contribui para o envelhecimento saudável e a neurodegeneração.

Em particular, distingue a utilização da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) que tem um papel essencial na investigação em biologia. O investigador explica que “embora o contributo fundamental dos organismos modelo invertebrados, como a mosca-da-fruta, para o avanço do conhecimento científico básico seja amplamente reconhecido, o seu papel essencial na substituição e redução da utilização de espécies animais protegidas na investigação permanece menos valorizado, embora seja igualmente vital”.

Um dos exemplos concretos desta utilização ética da mosca-da-fruta pode ser observado no artigo científico Tracking spatiotemporal distribution of organelle contacts in vivo with SPLICS reporters, publicado na revista Cell Death & Disease, editada pela Nature. Neste trabalho, a mosca-da-fruta foi usada para “rastrear, pela primeira vez, o movimento de compartimentos subcelulares específicos no sistema nervoso de um animal adulto vivo. Focámo-nos no comportamento ‘social’ das mitocôndrias – as fábricas de energia especializadas da célula – estudando como estabelecem ligações físicas com outros compartimentos celulares”, contextualiza Alessio Vagnoni.

“Refletir sobre o impacto ético da investigação é fundamental para uma ciência de qualidade. Essa reflexão influencia a perceção pública da experimentação animal e apoia a criação de políticas que promovam os princípios dos 3Rs”, sublinha o investigador.

O galardão foi entregue ontem, dia 12, numa cerimónia que decorreu em Long Beach, na Califórnia, durante o 76.º Encontro Nacional da Associação Americana de Ciência de Animais de Laboratório (American Association for Laboratory Animal Science).

Alessio Vagnoni vai receber 10 mil dólares para prosseguir com investigações orientadas para a substituição, a redução e o refinamento do uso de animais na ciência.

Mais informações sobre o Prémio Internacional Global 3Rs 2025 estão disponíveis em www.aaalac.org/awards/global-3rs-winners/.

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