A Federação Regional das Associações de Pais do Algarve (FPAPAL) tem acompanhado de perto a situação epidemiológica derivada do coronavírus. Ainda assim, considera que «muitos números terão ficado por divulgar atempadamente e essa falta de transparéncia, dentro de alguns agrupamentos escolares, dificulta a verdadeira percepção da realidade de concelho para concelho, e mesmo de freguesia para freguesia».

As aulas presenciais do 1.º e 2.º ciclos nos municípios de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel, estão suspensas desde segunda-feira, dia 28 de Junho. Segundo constata a FRAPAL, o processo de controlo turma a turma mostra-se insuficiente para evitar um aumento de infecções nos 5 concelhos em questão.

Ciente de que esta ordem sanitária «afecta dramaticamente muitas famílias» e dado o «pouco tempo de antecedéncia para programarem as suas vidas nas próximas duas semanas», a federação caracteriza como incompreensível a disparidade de tratamento entre, por exemplo, Algarve e Lisboa e Vale do Tejo.

Neste sentido, a FRAPAL formulou algumas questões:

O que se fará aos alunos dos jardins de infância? Nao estarão, também eles, afectados pelos mesmos riscos?;

Os alunos com necessidades especiais irão passar pelo mesmo problema já sentido anteriormente, durante a educação à distância?;

Estas duas semanas em regime à distância deverão ser consideradas para efeitos de avaliação? Nem todas as famílias dispõem ainda dos recursos necessários ou das mesmas condições domésticas;

O apoio do Estado permanece para os pais e encarregados de educação por conta de outrém? Quando será disponibilizado?;

O que fazer aos apoios presenciais que decorrem em sala de aula nas escolas secundárias, destinados aos alunos que irão fazer exames nacionais? Estes, mais do que quaisquer outros, terão a sua vida muito afectada em caso de contacto com um caso infectado de Covid-19. Qualquer aluno que seja impedido de realizar um exame nacional vê a sua vida afectada durante um ano.

Na óptica da FRAPAL, «a ausência de partilha de informação com os parceiros» leva a que notícias como a «suspensão unilateral», por parte da Administração Regional de Saúde [ARS] do Algarve, gere uma «quebra de confiança nas instituições». Além disso, para a federação pesa o facgo de que a decisão de suspensão das actividades presenciais foi tomada «sem audição prévia dos principais interessados», as famílias

«Aguardamos com serenidade e, sobretudo, que se façam muito brevemente as explicações científicas mais profundas por parte das autoridades de saúde que justificam esta tomada de posição», expressa a federação.