60.ª vitória do ano traduziu-se no sexto título
Henrique Rocha selou uma campanha perfeita com a conquista do título de singulares no Vale do Lobo Open I, onde na véspera já tinha erguido o troféu de pares ao lado do irmão mais velho, Francisco Rocha. Este foi o primeiro de dois torneios ITF M25 organizados de forma consecutiva pela Federação Portuguesa de Ténis na Vale do Lobo Tennis Academy (12 a 19 e 19 a 26 de novembro).
A final deste domingo, contra o checo Hynek Barton (531.º), foi o primeiro encontro da semana em que Henrique Rocha (de 19 anos e número 277 ATP) esteve em desvantagem. Mas transformou-se rapidamente na melhor das cinco exibições e ao fim de apenas 73 minutos sorriu-lhe com os parciais de 6-3 e 6-1.
Fisicamente mais desgastado, Barton entrou na final “ao ataque” e assinou a primeira quebra de serviço graças a um ténis agressivo e variado (muitos amorties), mas pouco criterioso. Rocha percebeu-o, foi rápido a reagir e apoiado em pancadas muito profundas, com um ténis inteligente e determinado em tomar o controlo dos pontos, passou rapidamente para o comando do primeiro duelo com este adversário que conhece desde os tempos de júnior.
“Hoje joguei bastante bem. Tinha perdido a minha última final e queria entrar com tudo para ganhar e foi isso que fiz na perfeição. Não entrei muito bem, mas consegui dar logo uma boa resposta e quando meti o pé no acelerador não parei", contou depois de erguer o troféu.
“No primeiro set houve momentos duros, mas consegui sempre superá-los e aguentei-me de cabeça. Fiquei um pouco surpreendido pelo estilo de jogo dele, porque não tinha noção de que vinha tanto para a frente, mas percebi que estava a mudar muito o ritmo e a variar sem nexo, o que me deu segurança e ajudou a perceber que podia dominar”, concluiu.
Depois de Vila Real de Santo António (em fevereiro), Mungia (em junho), Bakio (em julho), Sintra (em agosto) e Tavira (em outubro), Vale do Lobo traduziu-se no sexto título de singulares para Henrique Rocha — todos na categoria ITF M25 — entre as sete finais que já disputou em 2023.
O tenista natural do Porto começou a época no 850.º lugar do ranking e com a vitória deste domingo assegurou uma subida de cerca de duas dezenas de posições que a 27 de novembro o deixará entre os 260 melhores — definindo uma vez mais a melhor classificação da carreira e mantendo vivo o sonho de assegurar a presença no qualifying do Australian Open.
Falar desse objetivo não só não o intimida, como o motiva: “Sou bastante ambicioso, mas tenho muita noção de toda a envolvência e não penso em ser número um amanhã. Sei para o que é que trabalho e o que é que consigo fazer. Mas gosto de ser bastante ambicioso e para a semana quero voltar a ganhar. Tenho de estar a full em todos os encontros porque a partir de agora são todos uma final.”
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Fotografias: Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis