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Era proibido em Portugal!

Era proibido em Portugal!

Até parece que já foi há muitos, muitos, anos... E até custa a acreditar que alguma vez tenha sido assim. 

Mas, saberão os leitores mais jovens da Nova Costa de Oiro (e recordarão os mais velhos), que, antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, durante o regime fascista que vigorou em Portugal desde 1926 até à sua queda, havia muitas coisas que eram proibidas? E várias imposições violentadoras da liberdade de cada um?

Começando pela Escola Primária, recordando a do «Bairro Operário», em Lagos, alunos e alunas tinham aulas em escolas separadas, não podiam conviver entre si e todos eram obrigados a usar «bibes» brancos. Havia um crucifixo na parede da sala, bem como uma fotografia do Presidente da Conselho (actual Primeiro-Ministro) e outra do Presidente da República. A separação entre rapazes e raparigas estendia-se à Escola Industrial local.

As professoras primárias (hoje do Ensino Básico) precisavam de autorização do Ministério da Educação para poderem casar. Por outro lado, o casamento era vedado às enfermeiras. A isto, acresce que os maridos podiam ir ter com o patrão da mulher e pedirem-lhe para elas serem despedidas.

As mulheres casadas também não se podiam deslocar ao estrangeiro sem a autorização do marido, nem andarem na rua sozinhas à noite. As raparigas não podiam usar mini-saia na escola, nem terem os braços à mostra nas salas de aula. Tão pouco podiam andar de mão dada com os namorados e, muito menos, beijarem-se na rua.

O «biquíni» era proibido e não havia a coca-cola à venda. E, para se usar isqueiro, era necessário possuir-se uma licença, que também era obrigatória para se andar de bicicleta.

Os serviços de censura visavam os meios de comunicação social, seleccionavam os livros, os jornais, os discos e os filmes que as pessoas podiam ver. Supostamente, «só» os que exaltavam a moral e os bons costumes e nunca algo que parecesse ser «subversivo» ou que fosse contrário à ideologia conservadora do regime fascista, no que contava com o respaldo da Igreja Católica (salvo algumas raras excepções).

As eleições não eram livres nem democráticas. Não era permitido grupos de pessoas juntarem-se para discutirem ideias contrárias à ideologia vigente. O regime totalitário dispunha de uma Polícia Política (a PIDE), que contava com inúmeros informadores (os «bufos» que denunciavam as pessoas que manifestassem qualquer tipo de discordância para com o Governo.

Estas, caso fossem presas, seriam barbaramente torturadas, presas por anos, ou deportadas para o campo de concentração do Tarrafal. Antes do 25 de Abril de 1974, Portugal era assim: cultural, social e economicamente atrasado, uma tristeza de País. Até que se conquistou a Liberdade...

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