A Presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) da Região do Algarve, tendo tomado conhecimento da atribuição do Prémio Leya 2021 ao arquiteto paisagista José Carlos Barros, autarca local, poeta e escritor, saúda publicamente o autor pelo meritório reconhecimento.
O Prémio Leya é um dos principais galardões para romances inéditos em língua portuguesa, foi instituído com o objectivo de incentivar a produção de escritores de língua portuguesa, tendo sido anteriormente atribuído a autores consagrados como os brasileiros Itamar Vieira Júnior e Murilo Carvalho, o moçambicano João Paulo Borges Coelho e os portugueses João Ricardo Pedro, Nuno Camarneiro, Gabriela Ruivo, Afonso Reis Cabral, António Tavares e João Pinto Coelho.
O júri do Prémio distinguiu o romance “As Pessoas invisíveis” de José Carlos Barros entre 732 originais a concurso, pelo trabalho de linguagem, domínio de uma oralidade telúrica a contrastar com a riqueza de vocabulário e de referências histórico-sociais.
A obra é “uma viagem por vários tempos da história recente de Portugal desde a década de 40 do século XX, passando pela ambição do ouro, a posição de Salazar face à guerra, a guerra colonial, o nascimento e os primeiros anos da democracia, narrado a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom ou como se precisasse de acreditar que tivesse um dom”, mas também porque “o romance toca, a palavra é de quem não a costuma ter”.
José Carlos Barros é autor de vários livros de poesia, entre os quais “Uma Abstracção Inútil”, “Todos os Náufragos”, “Teoria do Esquecimento” e “As Leis do Povoamento”, tendo vencido o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama 2009 com a obra “Sete Epígonos de Teba”. Em 2003 estreou-se na prosa com “O Dia em Que o Mar Desapareceu”, tendo ainda publicado romances como “O Prazer e o Tédio” e “Um Amigo Para o Inverno”.