Tem início em Albufeira dia 9 de fevereiro e termina em Loulé dia 23 de março
Em janeiro do ano 2000 surgia em Portugal um festival pioneiro exclusivamente dedicado à música tradicional árabe, com atuações de grupos especializados no resgaste dos sons de al-Andalus e músicas do Médio Oriente, Magrebe e Mediterrâneo Oriental.
Volvidos 24 anos, este festival converteu-se no mais antigo festival de música itinerante que se realiza ininterruptamente em Portugal, e simultaneamente, no mais relevante festival de música árabe tradicional que se realiza fora das fronteiras do mundo árabe.
Este festival itinerante decorre em diferentes cidades portuguesas (Loulé, Lagos, Albufeira, Lagoa, Silves, Beja, Santiago do Cacém, Almada e Leiria) que conformam, o então território geográfico denominado al-Andalus da época de Al-Mutamid (século XI).
Este evento, único em Portugal, pretende homenagear anualmente o “rei-poeta” al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid. Muhammad Ibn Abbad (al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em al-Andalus após a queda do Califato de Córdova. Em 1088 foi destronado pelos almorávides e recluído em Agmat, a sul de Marrakech onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andalus. Excelente poeta, “al-Mutamid foi o mais liberal, magnânimo e poderoso de todos os taifas de al-Andalus. O seu palácio foi a pousada dos peregrinos, o ponto de reunião de todos os engenhosos, o centro a donde se dirigiam todas as esperanças...” (Ibn Jaqan)
Programa completo:
ALBUFEIRA > 09/02 - Auditório Municipal de Albufeira às 21h30 – YINNAN AL ANDALUS
ALMADA > 16/02 - Auditório Municipal Fernando Lopes-Graça às 21h00 – YINNAN AL ANDALUS
SANTIAGO DO CACÉM > 17/02 - Auditório Municipal António Chainho às 21h30 – YINNAN AL ANDALUS
YINNAN AL ANDALUS
(Música e dança árabe-andalusí e oriental)
Hamid Ajbar: violino e voz
Aziz Samsaoui: Kanun (cítara árabe)
Mouhssine Kouraichi: darbouka e voz
Mónica Pereira: dança oriental
YINNAN AL ANDALUS, significa em árabe Jardins de Al Andalus. Quando Ziryab, o famoso músico, chegou ao Califato de Córdova, trouxe consigo toda a sofisticação do Califato Abássida de Bagdade. Esse refinamento manifestou-se a todos os níveis: gastronomia, vestuário, poesia e música. Era uma sociedade urbana, e como tal, os jardins tinham uma grande importância como lugares de descanso, de desfrute e de inspiração artística. Foi com base nestes jardins que o trio YINNAN se inspirou para criar um projeto de música árabe requintado com um repertório cuidadosamente selecionado.
O grupo YINNAN AL ANDALUS está formado por 3 músicos originários de Tétouan e Chefchaouen (Marrocos) que interpretam magistralmente essa música complexa e delicada que ecoava nos palácios e medinas de Al-Andalus e Médio Oriente.
YINNAN AL ANDALUS conta também com a colaboração de uma bailarina de dança oriental, logrando-se assim um espetáculo de enorme beleza visual e sonora.
LAGOS > 10/02 - Centro Cultural de Lagos às 21h30 - AL-MARAM
LEIRIA > 11/02 - Centro de Diálogo Intercultural de Leiria às 18h00 - AL-MARAM
AL MARAM
(Música árabe e dança oriental)
Husam Hamoumi: voz, kanun e nay
Mustafa Sabae: voz e percussões
Riad Addou: voz e alaúde árabe
Neftis Paloma: dança oriental e giro sufi
AL-MARAM é um projeto musical formado por uma nova geração de artistas provenientes de Marrocos, Argélia e Iraque, que baseia o seu estilo na especial sensibilidade interpretativa dos seus componentes e na originalidade dos seus arranjos, que tentam expressar os temas musicais dentro de uma dimensão emocional e espiritual.
A instrumentação do grupo é a tradicional: alaúde árabe e kanun (citara árabe) como instrumentos melódicos, a voz como indicativo de sutilidade modal destas músicas, e as percussões tradicionais do mundo árabe: darbouka, bendir e tar, tudo manejado com elegância e sutileza.
AL-MARAM conta também com a colaboração de uma bailarina de dança oriental, logrando-se assim um espetáculo de enorme beleza visual e sonora.
LAGOA > 24/02 - Auditório Carlos do Carmo às 19h00 - FUNUN TAKHT
FUNUN TAHKT
(Músicas e danças de Al-Andalus e Médio Oriente)
Omran Adrah: Kanún
Abdelatif Louzari: Voz e violino
Chello “al arabi”: Riq e darbouka
Salma Vives: alaúde árabe e violoncelo
Fernando Depiaggi: Nay
Merche Campello: dança oriental
O grupo FUNÚN TAHKT apresenta o programa “Melodias de Al-Sharq Wa Al-Gharb”. Trata-se de uma viagem sonora desde o local onde nasceu Ziryab, atual Iraque (Al-Sharq – Oriente) até ao Califato de Córdova (Al-Gharb – Ocidente).
Além dos temas tradicionais inspirados no grande músico e cantor Ziryab (789-857), o grupo apresenta também temas contemporâneos de diferentes países do mundo árabe. FUNÚN TAHKT faz-se acompanhar de uma bailarina de dança oriental.
BEJA > 01/03 - Centro Unesco de Beja às 21h00 - TRIBUTO A AL-SAQUNDI
SILVES > 02/03 - Teatro Mascarenhas Gregório às 21h30 - TRIBUTO A AL-SAQUNDI
TRIBUTO A AL-SAQUNDI
(Melodias de Al-Andalus)
O poeta do século XIII Abu-I-Walid Ibn Muhammad, mais conhecido como Al-Saqundi escrevia no seu livro “Risala Fi Fadl Al-Andalus”, dedicado a falar da poesia, dos costumes e artes de al-Andalus: “…instrumentos musicais, tais como o jayáll, o ´úd, a rúta, o rabáb, o qanun, o múnis, a kanira, el quitar, o zulámi, a sugra (…) são muito comuns em diferentes cidades de al-Andalus…”
Alguns destes instrumentos foram recuperados graças ao esforço e trabalho de musicólogos e artesãos que recompuseram o puzzle fragmentado de documentos, pergaminhos e iconografias.
Neste espetáculo, são apresentados e interpretados alguns desses instrumentos de enorme beleza visual e sonora citados no livro de Al-Saqundi. O espetador terá oportunidade de deleitar-se com melodias e escalas do oriente e ocidente: zéjeles, moaxajas, danças instrumentais, nubas…
Emilio Villalba: `Ud árabe, rabab, vihuela de péñola, santur, guitarra morisca, vielle, rabel.
Sara Marina: Clavisimbalum e percussões
LOULÉ > 23/03 - Cineteatro Louletano às 21h00 - ORQUESTRA AL-QARAWIYIN
ORQUESTRA AL-QARAWIYIN
(Música milenar árabe-andalusí + dança andalusí)
Reda Bentaher: violino
Ahmed Touzani: violino
Husam Hamumi: kanún e voz
Julia Chiner: violoncelo
Riad Addou: alaúde árabe e voz
Moustafa Sabeaa: darbouka
Abdellah Afazaz: riq
Paloma Neftis: dança andalusí
O nome desta orquestra está inspirado na Universidade Al-Qarawiyin, localizada em Fez, Marrocos. Esta histórica instituição foi fundada no ano 859, sendo considerada a universidade mais antiga do mundo.
A música andalusí surgiu neste mesmo período, quando o famoso músico e poeta Ziryab (789 – 857), procedente de Bagdade, emigrou a Córdova, onde introduziu refinadas melodias na corte dos Omeyas. Desde então, esta música adquiriu uma identidade própria com a introdução de influências melódicas judaicas e moçárabes. A primeira convulsão da música andalusí fue no século XII, com os Almóadas que ditaram o seu caráter ilícito e destruíram os instrumentos musicais por pecaminosos. Os músicos encontraram o seu refúgio nas confrarias, que aportavam influências sufis com uma dimensão mais espiritual.
Com a expulsão dos moriscos de Espanha no século XVII para o norte de África, a música andalusí espalhou-se por todo o Magrebe e evoluiu de forma distinta com diferentes designações: Al-Alâ (Marrocos), Gharnâtî (Argélia) e Ma`luf (Tunísia e Líbia).
A ORQUESTA AL-QARAWIYIN pretende transportar o espetador numa viagem sonora, através da música culta árabe-andalusí que ecoou durante séculos nos lugares mais cultos e sofisticados de al-Andalus.
Neste espetáculo, a Orquestra irá ter a colaboração de uma bailarina de dança árabe-andalusí que irá deleitar o público com danças que se realizavam em al-Andalus na etapa de domínio muçulmano (711-1492) e na etapa mourisca (1492-1609).
Página oficial: https://www.facebook.com/fmalmutamid
Organização: Ibérica Eventos & Espectáculos