Segundo a pordata.pt, Portugal é o terceiro país mais envelhecido da Europa e o que menos investe nas pessoas idosas de acordo com a OMS – Comissão de Protecção ao Idoso. Com mais de meio milhão de idosos a viver sozinhos ou isolados, muito se fala da necessidade de transformar a forma como lidamos com o envelhecimento; além disso, este grupo etário representa uma das mais altas taxas de suicídio.
É neste sentido que o projecto de coabitação inter-geracional "Lar no Lar" nasce no Algarve, mais especificamente em Lagos, e cujo objectivo é reduzir o número de pessoas idosas a viver em isolamento social através da utilização de um recurso que muitas têm: um quarto vazio em casa. Segundo o núcleo, a ideia é simples e explica-se em seis passos:
O isolamento social nos idosos surge de uma situação bilateral: a sociedade desvaloriza e afasta o indivíduo, algo que normalmente começa com a reforma. De retorno, o indivíduo, ao sentir-se desvalorizado, exclui-se a ele próprio da sociedade.
A "Lar no Lar" pretende ser uma escolha preventiva para ajudar as pessoas idosas a se manterem activas, independentes e autónomas durante mais tempo, adiando a necessidade de apoios sociais e institucionalização, reduzindo desta forma custos para o Estado e disponibilizando recursos para pessoas que não têm outras alternativas viáveis. Ao viver com alguém de uma geração mais recente, a pessoa idosa «tem a oportunidade de continuar a contribuir para sociedade: para além da contribuição com o quarto, pode tornar-se amiga, conselheira, mentora, partilhando conhecimentos, experiências e sentir-se útil». Assim, a "Lar no Lar" vê a pessoa idosa como alguém que deve ser valorizado precisamente pela sua longa experiência de vida.
«Espera-se que os efeitos positivos da "Lar no Lar" possam vir a ser também sentidos nas vidas dos coabitantes e que estes efeitos se traduzam noutros benefícios para a sociedade», explica Joyce Craveiro. E acrescenta: «A Lar no Lar contribui para a disponibilidade de habitação digna a custos acessíveis; ao poupar na habitação, a/o coabitante pode investir em qualquer outra coisa que lhe seja importante como educação, viagens ou ajudar familiares, mas mais dinheiro disponível contribui para melhor qualidade de vida e maior autoestima. Espera também contribuir para uma atitude mais positiva para com o envelhecimento e diminuição de discriminação contra as pessoas idosas».
A "Lar no Lar" segue as directrizes de boas práticas recomendadas pela Homeshare International, uma organização que apoia estes projectos em todo o mundo. Aspira vir a crescer e actuar em todo o território nacional, ser auto-sustentável e contribuir para estudos científicos acerca do envelhecimento.
Para mais informação, assista à apresentação de 2 minutos que explica a história da "Lar no Lar", aqui. Caso tenha interesse, está também disponível uma apresentação sobre a pertinência deste tipo de projectos.
Visite www.larnolar.org e saiba mais.