Artigo da revista Nova Costa de Oiro em https://www.novacostadeoiro.com/
Sobre a terra e sobre o mar, a epopeia d’Os Descobrimentos marcou categoricamente a nação portuguesa e tudo aquilo que esta representa.
Mas acima de tudo, o grande mérito dos portugueses daquele tempo, mesmo sem terem noção disso, foi a instituição da “Aldeia Global”: uma união de bens culturais, saberes, símbolos, linguagens e significados que modificaram para sempre a nossa forma de estar no mundo, o nosso pensamento.
O missionário jesuíta João Cabral, natural de Celorico da Beira, foi um desses portugueses que fez do mundo casa, aventurando-se na mais alta cadeia montanhosa do mundo, os Himalaias, juntamente com Estêvão Cacella. Foram, aliás, os primeiros europeus a entrar no Butão, em 1627, no Nepal, Tibete Central, Ladaque e no Reino de Siquim, deixando-nos admiráveis registos das suas viagens pelo “Reino do Potente”.
Para perpetuar a façanha destes portugueses, o Reino do Butão encomendou à The Royal Mint a cunhagem de 10.000 exemplares de uma moeda de prata PROOF (39mm; 31.45g), com valor facial de 300 Ngultruns, a unidade monetária do Butão.
O anverso apresenta o emblema do Butão, composto por um duplo diamante-raio (vajra) colocado acima de um loto, encimado por uma jóia e ladeado por dois dragões. Na orla inscreve-se a legenda “KINGDOM OF BHUTAN”, em inglês e no alfabeto tibetano, bem com o ano de emissão, 1994.
O reverso mostra em primeiro plano João Cabral, no cimo de um cume, apoiado num cajado e devidamente identificado pela inscrição “JOAO CABRAL 1599-1669”.
Atrás deste vê-se um segundo missionário e um iaque, animal nativo do planalto tibetano.
Ao fundo um mosteiro Chagri e no exergo o valor facial circunscrito por um friso.
Associação Filatélica e Numismática Gil Eanes - Lagos
Carlos Pernas