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“Toda a navegação do Leste para a América passa por aqui” – recordou Pedro Palma, capitão do porto de Lagos, no Encontro de 5ª feira

“Toda a navegação do Leste para a América passa por aqui” – recordou Pedro Palma, capitão do porto de Lagos, no Encontro de 5ª feira

No encerramento do ciclo “Lagos e o Mar”, o passado Encontro de 5ª Feira do Grupo dos Amigos de Lagos, que decorreu na Biblioteca Municipal Dr Júlio Dantas, teve como convidado Pedro Palma, capitão do porto de Lagos, que apresentou uma elucidativa panorâmica das competências e da actividade daquela entidade, cuja área de acção abrange todo o triângulo vicentino.

Pedro Palma começou por recordar que, “com uma extensão de 105 Km de costa, tranquila a sul e selvagem a oeste”, o território sob a responsabilidade da Capitania do porto de Lagos – desde a foz da ribeira de Seixe até à margem oeste do rio Alvor – compreende o parque natural da Costa Vicentina e está regulamentado por dois planos de ordenamento da orla costeira (POOC), realçando que “é por aqui, ao largo de Sagres, que passa toda a navegação entre o Leste e a América” e cruza o Mediterrâneo.

Além do de Lagos e do de Sagres, há portos de pesca profissional na Arrifana, Carrapateira, Salema e Burgau e pratica-se pesca lúdica na Costa Vicentina. São 21 as praias com bandeira azul, cerca de 1/3 das existentes ao longo da nossa costa: 27 balneares e 40 marítimas, repartidas por Lagos (6+7), Vila do Bispo (13+21) e Aljezur (8+12) e são 36 os concessionários com apoios balneares e 26 com apoios recreativos. Tal como os convidados anteriores, baseados na sua experiência empresarial, já haviam revelado, Pedro Palma, confirmou que “cada vez mais, Lagos é uma zona procurada” e “todos os anos, aparecem actividades novas e diferentes”.

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Isso implica que alguma dessa actividade, inicialmente residual e com praticantes experientes, “deva ser regulamentada”, a fim de se evitar os perigos a que se sujeita quem a procura pelos seus próprios e escassos meios e que, com desconhecimento da sua prática e das condições do local escolhido, obrigam depois a “salvamentos que são feitos com os dinheiros públicos”. A estrutura operacional da Delegação Marítima de Sagres, que serve toda a área da Capitania do porto de Lagos, está desactivada e “é o pessoal de Lagos que lhe dá assistência”. Embora localizada num ponto fulcral e disponha de três embarcações salva-vidas dimensionadas para as várias ocorrências, a sua imediata activação, mais frequente do que disso temos percepção, implica sempre uma demora para percorrer os mais de 30 km entre Lagos e Sagres.

Embora “quanto mais repartirmos as competências, mais difícil é controlar” e a dos espaços balneares tenha passado para o município, ainda “damos pareceres em toda a área portuária”, referiu Padro Palma. “De tudo o que são projectos é pedido parecer `Capitania (por exemplo, a ampliação da Marina da Lagos)” e, porque a população sente essa responsabilidade, “diariamente recebemos 20 a 30 mails de pessoas a fazer queixas”. Na articulação com as escolas, são transmitidas às crianças as boas práticas e “o programa em curso está a resultar bem”. Salientou, também, que “as nossas praias são muito procuradas para filmagens”, pela sua luz natural.

O Capitão-de-fragata Pedro Luís Fernandes da Palma é natural de Faro, em cujo liceu iniciou os seus estudos e ingressou na Escola Naval, onde se licenciou em Ciências Militares Navais – Marinha. Ao longo da sua carreira foi Oficial Imediato do N.R.P. “Save”, da U.A.M. “Creoula” e do N.R.P. “Vega”, lecionou as disciplinas de Marinharia e Regulamentos Militares naquela Instituição de Ensino Superior e, após concluir a especialização em Hidrografia, foi responsável por planear e executar diversos levantamentos topo-hidrográficos. De 2015 para cá, desempenhou o cargo de Capitão dos Portos e Comandante Local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António e Tavira, comandou o Navio da República Portuguesa “Figueira da Foz” e é, desde setembro de 2020, Capitão do Porto e Comandante Local da Polícia Marítima de Lagos.

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