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COVID-19 – Câmara Municipal de Lagos decide até meados de Novembro festejos de passagem de ano e ACRAL admite prejuízos de 400 mil euros se não houver animação

COVID-19 – Câmara Municipal de Lagos decide até meados de Novembro festejos de passagem de ano e ACRAL admite prejuízos de 400 mil euros se não houver animação

«Sem saber ainda como é que o mês de Novembro vai ser, em termos de pandemia, estamos com alguma expectativa sobre o que fazer. Gostávamos de dar um fim-de-ano mais alegre à cidade, ao concelho, mas temos algum receio», reconhece, em declarações ao CL, Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos.

Já o coordenador da ACRAL Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, Ângelo Mariano, garante que «os comerciantes estão todos a apostar para termos muita gente em Lagos no Natal e na passagem para o Ano Novo». Só a Covid-19 poderá estragar os planos e os negócios.

Nesta fase de alívio da pandemia da Covid-19, o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, aponta para o ressuscitar da cidade, até já a pensar no Natal e na passagem-de-ano. «É um pouco aquilo que acabou por acontecer mesmo durante o Verão, assim que se abriram as janelas de oportunidade para a cidade. Foi isso que nós fizemos. Todas as obras que estavam em condições de ser abertas para concurso, têm estado a ser abertas, todas as que estavam em adjudicação estão para sê-lo e não estamos a travar nada. Em relação ao fim-de-ano, sem saber ainda como é que o mês de Novembro, em termos de pandemia, vai ser, estamos com alguma expectativa sobre o que fazer. Gostávamos de dar um final de ano mais alegre à cidade, ao concelho, mas temos algum receio» devido à Covid-19, disse ao «Correio de Lagos» Hugo Pereira.

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“Se tudo correr bem, gostávamos de fazer um concerto com as medidas de segurança por via da pandemia, com espaço isolado, com garantia do certificado de vacinação, ou do uso da máscara»

Sobre a contratação de artistas e grupos musicais, «neste momento está tudo em cima da mesa», apesar de reconhecer que existem, naturalmente, prazos neste tipo de situações. «De qualquer maneira, nós não temos ainda a decisão tomada. Se tudo correr bem, gostávamos de fazer um concerto com as medidas de segurança por via da pandemia, com espaço isolado, com garantia do certificado de vacinação, ou do uso da máscara. Mas neste momento é pura especulação dizer que vai acontecer ou não.»

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Fogo de artifício? «Neste momento o que quer que se diga é pura especulação»

Em declarações ao nosso jornal, o autarca lacobrigense promete tomar uma decisão «só durante as primeiras semanas do mês de Novembro se houver condições para isso». E quanto ao lançamento de fogo-de-artifício no fim-de-ano, para já, limita-se a responder: «vamos a ver», insistindo, cauteloso, que «neste momento o que quer que seja que se diga é pura especulação».

De qualquer modo, garante que até ao final de Dezembro de 2021, se a situação pandémica estabilizar, então «teremos todas as condições para festas». «Se houver condições para essas, como em princípio poderá haver condições para outras, a não ser que durante o próximo ano haja outra coisa qualquer», observa.

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Carnaval em Odiáxere? «Tudo o que seja programar a três, quatro meses, se forem situações de festa acho que é muito complicado»

E a cerca de quatro meses do Carnaval em 2002, que há anos (com excepção de 2021) se realiza em Odiáxere, Hugo Pereira também recusa, para já, traçar projectos. É que «udo o que seja programar a três, quatro meses, se forem situações de festa acho que é muito complicado», alerta. «Toda a gente quer que isso de festas seja uma realidade, o mundo deseja ‘Carnavais’ e festas de fim-de-ano, mas há bens maiores que estão em causa. E qualquer decisão para Fevereiro, com as certezas todas, vivendo num mundo ainda com a pandemia, obviamente que é complicado», insiste o presidente da Câmara Municipal de Lagos.

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Coordenador da ACRAL admite um artista «famoso e português» na Praça do Infante Dom Henrique, em Lagos, e bandas musicais que «até já estão contratadas dos anos anteriores pelo município»

Já o coordenador em Lagos da ACRAL - Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, Ângelo Mariano, sobre os festejos no final de Dezembro, apesar de reconhecer que a autarquia «está um pouco reticente, e concordo com os seus responsáveis nesse aspecto, porque não sabemos o que será o dia de amanhã», perspectiva, mais confiante, para que «tudo aponta que vamos ter um grande fim de ano e início do novo, com um grande espectáculo», embora, confirme, «tudo a decidir só nos meados de Novembro.»

E que artistas estarão na passagem de ano em Lagos? «Há-de ser um artista famoso que actuará na Praça Infante Dom Henrique», limita-se a responder aquele responsável da ACRAL, acrescentando que será «de certeza português».

Fogo de artifício também haverá? «Presumo que sim. Tem de haver fogo de artifício senão deixa de ser um início de ano como os outros», nota. Se a pandemia da Covid-19 evoluir negativamente e não houver celebrações nesta cidade, Ângelo Mariano aponta, desde logo, para «largos, largos, largos prejuízos económicos». Isto, porque, conta, «os comerciantes estão todos a apostar para termos muita gente em Lagos no Natal e na passagem para o Ano Novo».

Em 2020, devido ao confinamento na noite de 31 de Dezembro, «o cálculo do prejuízo rondou para mais de duzentos mil euros». Contudo, lembra o representante da ACRAL, «no Natal trabalhámos bem com o sorteio», na sequência das compras nos estabelecimentos.

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Sem festas de passagem de ano, o prejuízo em Lagos «será o dobro» do anterior. «Nessa situação, não haverá incentivo da parte do turismo para vir cá ver o que quer que seja. Não haverá animação. E a animação é a cereja em cima do bolo».

Agora, perante a eventualmente de surgirem novos prejuízos no concelho de Lagos, resultantes da pandemia, Ângelo Mariano pensa que haverá «apoios por parte da Câmara». De resto, «a Câmara nestes últimos dois anos tem feito esforço para ajudar os nossos comerciantes ao nível monetário», enaltece.

Se não houver festejos de passagem de ano devido à Covid-19, aquele dirigente da ACRAL estima um prejuízo para a cidade de Lagos ao nível de restaurantes e outros estabelecimentos, num montante de «quatrocentos mil euros, o dobro do ano passado». E observa, a propósito: «isto, porque estamos a falar que não vai haver nada, não temos nada. Nessa situação, não haverá incentivo da parte do turismo para vir cá ver o que quer que seja. Não haverá animação. E a animação é a cereja em cima do bolo».

Ângelo Mariano espera, agora, por 15, 20 de Novembro para, juntamente com a Câmara Municipal de Lagos, programar a passagem de ano na cidade. Bandas musicais até «já estão pré-contratadas dos anos anteriores», antecipou, com sorrisos, sem desvendar nomes. «Haverá fogo de artifício à meia-noite e música até às duas, três horas da manhã, com certeza», perspectiva, mostrando-se, acima de tudo, optimista.

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Concelhos de Vila do Bispo e Aljezur terão, cada um, prejuízos na ordem de cem mil euros se não houver comemorações de fim de ano. «Será preciso chegarmos outra vez àquele patamar de calamidade», avisa o dirigente da ACRAL

Nos concelhos de Aljezur e Vila do Bispo, onde aquele coordenador da ACRAL assume igualmente responsabilidades, «também vão lançar fogo de artifício». Contudo, admite que «se houver pontos negativos devido à pandemia, as coisas não se realizam». Para isso acontecer, «será preciso chegarmos outra vez àquele patamar de calamidade, pois nessa situação já todas as câmaras municipais vão ter um bocado de receio de levar a efeito» iniciativas, espectáculos. «Acho que as “Terras do Infante” estão unidas neste assunto», sublinha Ângelo Mariano, calculando «cem mil euros de prejuízo» ao nível de empresários nos concelhos de Vila do Bispo e de Aljezur se tal vier a acontecer.

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Sorteio de Natal para compras superiores a dez euros em Lagos

Por outro lado, o dirigente da ACRAL mostra-se confiante acerca das comemorações do Natal em Lagos: “Tenho uma grande aposta que este ano vai ser totalmente diferente dos outros dois anos com a pandemia. A ACRAL vai trabalhar conjuntamente com a Câmara sobre o sorteio do Natal como se fez no ano passado. Não vamos, desta vez, ter o concurso de montras porque a Câmara decidiu, em vez desse prémio para essa iniciativa, pôr mais prémios no sorteio. Ou seja, em vez de cinquenta prémios de cem euros, serão sessenta prémios de cem euros destinados às pessoas que vão às lojas que estão habilitadas para tal, ou anexadas ao sorteio. Só aí haverá os respectivos cupões”, explica Ângelo Mariano.

«Por exemplo adianta se uma pessoa se deslocar a uma loja de roupa, comprar produtos num valor de mais de dez euros e o estabelecimento for aderente à iniciativa, terá direito a um cupão. Haverá um cupão por cada dez euros. Depois, será feito o sorteio no dia 06 de Janeiro de 2022, salvo o erro porque ainda estamos a decidir a data, sendo o prémio no valor de cem euros em quatro fracções de 25 euros em vales. Em seguida, os mesmos serão debitados nessas lojas que vão aderir a este projecto, o qual nas minhas expectactivas dará à casa mais de 400 mil euros. É um projecto só de Lagos.»

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«A pandemia tem-nos pregado algumas partidas (…) pelo que é claramente uma lotaria», alerta o autarca Hugo Pereira

A outro nível, o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, reconhece que a situação pandémica no país até está a evoluir de forma favorável, com a redução de casos de infeção e o aumento de recuperados, numa altura em que o número de óbitos não tem sido elevado, sem atingir uma dezena em média diária. «Acho que Portugal tem condições para evoluir favoravelmente porque temos uma taxa de vacinação elevadíssima, estamos a iniciar já a terceira», observa. «Mas a pandemia tem-nos pregado algumas partidas, pelo que a partir daí o que quer que se diga com certezas perante esta pandemia é claramente uma lotaria. E obviamente que a gente não deve discutir a pandemia como uma lotaria, mas sim com o que a ciência e com o que a evolução» estão a transmitir, avisa o autarca.

«Aquilo que temos visto é que alguns países, se calhar por via da taxa de vacinação ser tão baixa, estão a começar a ter, novamente, novos surtos. Em Portugal, os números têm estado mais ou menos aceitáveis e controlados», refere.

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Covid-19 «está estável em Lagos», mas «temos de continuar a ter cuidados»

Já quanto à evolução da Covid-19 no concelho de Lagos, Hugo Pereira considera que «está estável, os números estão muito estáveis, aqui e ali vão aparecendo alguns casos, temos de continuar a ter cuidados. Isto da pandemia não cai do céu, apareceu e depende muito dos comportamentos que cada um tenha. Temos de continuar a garantir vacinação, máscara, higienização das mãos, afastamento sempre que possível. E se assim for, as coisas vão avançando. Obviamente que o mundo não corre todo à mesma velocidade, continua a haver muitos países com taxas de vacinação muito baixas. E enquanto esses países não equilibrarem a taxa de vacinação, vamos ter um problema grave que é a possibilidade de novas estirpes e eventualmente essas novas estirpes terem menos sucesso à vacinação e podermos, assim, voltar a ter alguns problemas», alerta.

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«Nem quero pensar sequer num novo confinamento»

O edil de Lagos afasta, porém, a ideia de um eventual novo confinamento, como já chegou a admitir a Directora-Geral da Saúde, Graça Freitas. «Não, não, não! Não quero pensar nisso sequer. Primeiro temos de abrir para saber o que é que vem lá dentro, mas de qualquer maneira acho que estamos muito longe disso e, insisto, nem quero pensar que isso é possível sequer», sublinha Hugo Pereira.

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José Manuel Oliveira

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