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Autárquicas 2021: CDU de Lagos foi a primeira força política a apresentar listas no tribunal. Candidato Alexandre Nunes diz que «é muito importante que o PS não tenha maioria absoluta»

Autárquicas 2021: CDU de Lagos foi a primeira força política a apresentar listas no tribunal. Candidato Alexandre Nunes diz que «é muito importante que o PS não tenha maioria absoluta»

Ao todo, a Coligação Democrática Unitária (CDU) apresenta 98 candidatos aos seis órgãos autárquicos do concelho de Lagos, cujas eleições terão lugar no dia 26 de Setembro de 2021, sendo 53 homens e 45 mulheres. Desse total, 41 são militantes do Partido Comunista Português (PCP) e 57 independentes, sendo 20 novos candidatos. Sob o lema "Com a População Construir a Alternativa", na base do "Trabalho, Honestidade e Competência".

Pelas 11:00 horas de quinta-feira, dia 29 de Julho de 2021, e numa manhã escaldante com os termómetros já a atingir os 29 graus centígrados, José Manuel Freire e Alexandre Nunes, elementos que encabeçam as listas da CDU (a qual integra o PCP, o PEV – Partido Ecologista "Os Verdes", a Intervenção Democrática e cidadãos independentes) à Assembleia Municipal de Lagos e à Câmara local, respectivamente, procederam à entrega, no tribunal desta cidade, do processo de candidatura aos seis órgãos autárquicos do concelho.

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Mandatária Maria Luísa Teixeira esteve ausente por se encontrar em quarentena

Por precaução, não esteve presente a mandatária Luísa Teixeira (antiga vereadora da CDU no executivo camarário lacobrigense), que se encontra em quarentena, devido ao facto de um familiar ter ficado contaminado com Covid-19, segundo esclareceu ao nosso jornal um membro do PCP.

Meia-hora depois, pelas 11:30 horas, José Manuel Freire e Alexandre Nunes saíram do Tribunal de Lagos. Nas escadas situadas no exterior do edifício, um grupo constituído por 11 elementos da CDU posou para as fotografias. Entre eles, estavam Luís Fagundes, que encabeça a lista à Assembleia de Freguesia de São Gonçalo de Lagos; Maria Antónia Candeias (União de Freguesias de Bensafrim e Barão de São João); Maria José Cintra (Freguesia da Luz); Diogo Caixeiro (Odiáxere); José Veloso (último da lista para a Assembleia Municipal de Lagos e que integra, também, a da Freguesia da Luz); Salvador Alface (número 3 da lista candidata à Freguesia de São Gonçalo de Lagos);
Ana Paula Viana (segundo lugar da lista para a Assembleia Municipal de Lagos); Virgílio Domingos (membro da lista para a Assembleia de Freguesia de São Gonçalo de Lagos); e Daniel José (mandatário da JCP – Juventude Comunista Portuguesa).

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Listas da CDU integram 41 militantes do PCP e 57 independentes

Sob o lema "Com a População Construir a Alternativa", a CDU apresenta um total de 98 candidatos aos seis órgãos autárquicos do concelho de Lagos, cujas eleições terão lugar no dia 26 de Setembro de 2021, sendo 53 homens e 45 mulheres. Desse total, 41 são militantes do PCP e 57 independentes, surgindo 20 como novos candidatos.

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«Enquanto nós apresentámos, só a título de exemplo, noventa requerimentos, as outras forças políticas todas juntas apresentaram o que não chegou a um quinto. Enquanto apresentámos cerca de cem propostas ao longo do mandato, as outras todas juntas chegaram, provavelmente, a cinquenta», lembrou José Manuel Freire, que encabeça a lista da CDU à Assembleia Municipal de Lagos

Depois de ter entregue o processo autárquico no Tribunal de Lagos, José Manuel Freire, que, recorde-se, encabeça a lista da Coligação Democrática Unitária à Assembleia Municipal, foi questionado pela nossa reportagem sobre o que acha que a CDU tem e que as outras forças políticas não têm, que pode trazer a este concelho: «Tivemos uma prática ao longo dos anos que nos distancia um pouco de todos. Só a título de exemplo, nós na última Assembleia Municipal até mandámos para o vosso jornal, na separata da Assembleia Municipal, uma prestação de contas que fizemos [neste órgão autárquico]. E por ali se vê o que é o trabalho da CDU comparativamente com as outras forças políticas».

E continuou: «Enquanto nós apresentámos, só a título de exemplo, noventa requerimentos, as outras todas juntas apresentaram o que não chegou a um quinto. Enquanto apresentámos cerca de cem propostas ao longo do mandato, as outras todas juntas chegaram, provavelmente, a cinquenta. Portanto, isto distancia das outras forças políticas o empenhamento que pomos e pela defesa que temos das populações», recordou.

Agora, mesmo em face das normas da Direcção-Geral da Saúde devido à pandemia da Covid-19, José Manuel Freire garantiu que a CDU vai ter «todo o empenhamento possível na campanha eleitoral para que, em 26 de Setembro, possamos recuperar o vereador que perdemos, aumentar o número de eleitos e ter mais votos. E isto vai ser o nosso trabalho até Setembro. Depois, a vida continua», acrescentou.

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«Em democracia, as pessoas vão lá colocar a cruz num espaço escondido, são livres de o fazer e acho que ninguém ganhou antes das eleições. Há um bocadinho esta prática anti-democrática de acharmos que há gente que já ganhou», destacou o candidato da CDU a presidente da Câmara de Lagos, Alexandre Nunes

Por seu turno, o candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lagos, Alexandre Nunes, referiu à nossa reportagem que, para já, a entrega deste processo autárquico reflecte, apenas, «a formalização do trabalho que fizemos também em conquistar pessoas para esta lista, que não é uma lista PCP, é uma lista CDU, que tem uma série de independentes, como eu vou estar».

«As expectativas que temos é podermos oferecer alternativa às pessoas. Quem não estiver satisfeito com a governação PS, acho que é aqui que vai encontrar a alternativa que pode construir alguma coisa. E é por isso que estamos cá, para mostrar às pessoas para conseguirmos passar essa mensagem que podemos ser essa alternativa, que podemos ter um Lagos ligeiramente diferente, a pensar nas pessoas», sublinhou.

Contudo, as previsões de lugares na Câmara «são sempre complicadas», reconheceu Alexandre Nunes. E adiantou: «Costumo dizer: em democracia, as pessoas vão lá colocar a cruz num espaço escondido, são livres de o fazer e acho que ninguém ganhou antes das eleições. Há um bocadinho esta prática anti-democrática de acharmos que há gente que já ganhou. É lógico que há um histórico em Lagos e nós sabemos que esse histórico tem dado vitórias de maioria absoluta ao PS. A nossa expectativa verdadeira e o primeiro objectivo seria que o PS não tivesse maioria absoluta para ser obrigado a ouvir as outras forças, para termos realmente uma política mais participada e devolvermos também um bocadinho às pessoas essa capacidade de participarem na política nos assuntos locais. A nossa expectativa é sempre essa. Em qualquer mandato que possamos conquistar, vamos trabalhar como sempre trabalhámos, como pode ser visto pelas propostas apresentadas. E cá estaremos para trabalhar com a força que nos derem».

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Eleger um vereador para a CDU na Câmara Municipal de Lagos «é o objetivo mínimo, por assim dizer»

Numa altura em que a CDU não tem qualquer representante na Câmara Municipal de Lagos, espera voltar, pelo menos, a eleger um vereador? Inquirimos. «Esse é o objectivo mínimo, por assim dizer», assumiu Alexandre Nunes ao CL. E insistiu: «Mas mais do que a eleição deum vereador, é muito importante que o PS não tenha maioria absoluta, porque é assim que nós vamos conseguir fazer um Lagos diferente».

«Porque o PS com maioria absoluta tem tomado as decisões. Portanto, a governação de Lagos tem sido exclusiva responsabilidade do PS. Não tem sido participada pelas outras forças políticas», lamentou Alexandre Nunes, voltando a deixar um alerta: «E as pessoas, neste momento, devem avaliar se apenas querem permanecer com esta governação, ou se querem uma alternativa. E a CDU é claramente a alternativa séria de trabalho e que permite essa mudança».

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«O mês de Agosto é um mês estranho de campanha no Algarve, como é óbvio, porque os trabalhadores estão ocupados e temos muita gente de fora. Mas vamos continuar a ouvir as preocupações das pessoas»

Já em relação à campanha eleitoral em tempo de restrições impostas pela Covid-19, Alexandre Nunes lembrou: «Como sempre foi, a nossa campanha é uma campanha de rua, independentemente das limitações que temos. Estamos conscientes das limitações. Vamos perceber também que tipo de medidas, que alterações, agora, vai haver. O mês de Agosto é um mês estranho de campanha no Algarve, como é óbvio, porque os trabalhadores estão ocupados e temos muita gente defora. Mas vamos continuar a ouvir as preocupações das pessoas».

«E depois, em Setembro, num mês de campanha mais activo – prosseguiu o candidato – também dependendo das limitações que a Direcção-Geral da Saúde imponha, respeitando as limitações, vamos estar perto das pessoas. Estaremos em todo o concelho, nas freguesias todas, para ouvir as pessoas poderem identificar e cobrar no futuro a ausência das coisas que possamos prometer». Nesta fase de pré-campanha, a CDU vai «tentar não ter muita gente na rua, com as limitações impostas». De qualquer modo, no terreno estarão sempre, pelo menos, três elementos – o candidato à presidência da Câmara Municipal de Lagos, um representante da lista candidata à Assembleia Municipal e outro da Assembleia de Freguesia. Depois, além dos mandatários, haverá mais gente. «Vamos tentar perceber qual a quantidade de pessoas que poderemos levar, consoante as normas», observou Alexandre Nunes, ainda expectante a esse nível.

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«Rondará os três mil euros» o custo da campanha da CDU no concelho de Lagos, o que é «uma campanha relativamente barata comparativamente com as outras que vamos ter por aí»

Sobre o custo desta campanha eleitoral para a CDU no concelho de Lagos, «penso que rondará os três mil euros», admitiu aquele candidato, ressalvando, no entanto, a sua condição de independente: «Não entro na parte administrativa, estou na componente política, na parte organizativa», disse. «O PCP, particularmente, tem uma organização forte e estruturada», notou Alexandre Nunes, considerando tratar-se de «uma campanha relativamente barata comparativamente com as outras que vamos ter por aí».

Pouco depois, os elementos da CDU deram por concluída esta missão no Tribunal de Lagos, onde foram a primeira força política do concelho a entregar o processo de candidatura a todos os órgãos autárquicos para as eleições a realizar no dia 26 de Setembro de 2021.

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Marta Ferreira

José Manuel Oliveira

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