O segundo e último dia do congresso da AHRESP teve na entrevista à secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços um dos momentos mais esperados. Na sessão plenária realizada no grande auditório do Convento de São Francisco, em Coimbra, Rita Marques considerou a reposição do IVA das bebidas na taxa intermédia uma medida “positiva para as empresas”.
Compete agora às associações empresariais apresentarem as suas propostas, referiu Rita Marques, dando conta que “é uma conversa a ter com ministério das Finanças”.
Embora seja da área de actuação do Ministério do Ambiente, os 3 mil milhões de euros para fazer frente aos aumentos do gás, da electricidade e dos combustíveis também foram abordados pela secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços: “Estamos a assistir a uma escalada de preços na ordem dos 300 por cento. Os 3 mil milhões de euros têm objectivo de mitigar a factura energética das nossas empresas na ordem dos 30 a 40 por cento. Para anular, por completo, o crescimento da factura energética precisávamos de um pacote 10, 20, 30 vezes maior. Por muito que haja apoio, as consequências estão aí. Temos de nos preparar”.
Antes, no arranque dos trabalhos do segundo dia do congresso ‘Sustentabilidade – Utopia ou Sobrevivência?’, realizaram-se duas sessões paralelas. Uma sob o tema ‘Responsabilidade Social, Laboral e Compliance’, com a participação de Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, e outra intitulada ‘Sustentabilidade ambiental – fator crítico para os negócios?’, com Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.
Na sessão com o secretário de Estado do Trabalho, o painel foi unânime na necessidade de valorizar os profissionais das actividades turísticas, conferindo, por exemplo, um novo élan a profissões como empregado de mesa ou responsável de sala. “Aqueles que conseguirem valorizar melhor o seu talento, criar melhores condições para o reter, terão mais capacidade de atrair mais e melhor”, afirmou Miguel Fontes.
No debate sobre sustentabilidade ambiental, Luís Araújo reforçou a ideia de que o Turismo é “o principal motor da economia nacional”, fruto de uma estratégia partilhada entre sector público e sector privado, que desde 2007 colocou a sustentabilidade no centro das suas prioridades.