Sempre que se anunciam novas medidas que vêm limitar o funcionamento das actividades da restauração, similares e do alojamento turístico, os cancelamentos surgem de forma intensa. Segundo os resultados do mais recente inquérito da AHRESP sobre o Natal e o Fim de Ano, as recentes restricções levaram a que mais de 80% das empresas tenham sido impactadas com cancelamentos.
Questionadas sobre o cancelamento de reservas logo após o primeiro anúncio de medidas restritivas, apresentadas pelo Primeiro-Ministro no final do mês de Novembro, que previam a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital de vacinação para restauração e alojamento e testes para bares e discotecas, a larga maioria das empresas de restauração e similares (88%), e 83% das empresas de alojamento turístico começaram a receber cancelamentos.
No total desta época de Natal e Fim de Ano, 47% das empresas de restauração e 42% do alojamento, registaram cancelamentos em mais de metade das reservas que tinham confirmadas. Esta foi uma das principais conclusões do inquérito da AHRESP para avaliar o impacto das medidas restrictivas no Natal e Fim de Ano, que contou com 557 respostas válidas e representativas dos sectores da restauração, similares e do alojamento turístico, em todo o território nacional, cujos principais resultados se apresentam de seguida:
- RESTAURAÇÃO E BEBIDAS
Reservas e Cancelamentos
• 88% das empresas de restauração e similares registaram cancelamentos de reservas logo após o primeiro anúncio de medidas restrictivas, apresentadas pelo Primeiro-Ministro no final do mês de Novembro;
• Para 47% das empresas, mais de metade das reservas que tinham confirmadas foram alvo de cancelamento;
• 57% das empresas admitiram terem encerrado os seus estabelecimentos no dia 1 de Janeiro;
Faturação
• 20% das empresas registaram quebras de facturação superiores a 50% em Dezembro, comparativamente ao mesmo mês de 2020;
• 47% das empresas admitem não ter conseguido acumular reservas financeiras nos meses de verão e 44% indicam que conseguiram acumular reservas financeiras, mas já tiveram de as utilizar.
- ALOJAMENTO TURÍSTICO
Reservas e Cancelamentos
• 83% das empresas de alojamento turístico registaram cancelamentos de reservas logo após o primeiro anúncio de medidas restrictivas, apresentadas pelo Primeiro-Ministro no final do mês de Novembro;
• Para 42% das empresas, mais de metade das reservas que tinham confirmadas foram alvo de cancelamento;
• 18% dos estabelecimentos estiveram encerrados na noite de passagem de ano;
Facturação
• 20% das empresas registaram quebras de facturação superiores a 50% em Dezembro de 2021, comparativamente ao mesmo mês de 2020;
• 38% das empresas admitem não ter conseguido acumular reservas financeiras nos meses de verão e outras 38% indicam que conseguiram acumular reservas financeiras, mas já tiveram de as utilizar.
Taxas de Ocupação e Clientes - Natal
• 66% das empresas indicaram ter uma taxa de ocupação igual ou inferior a 25% nos dias de Natal, sendo que para 38% das empresas a taxa de ocupação da época do Natal de 2021 foi inferior à de 2020;
Taxas de Ocupação e Clientes – Ano Novo
• 51% das empresas indicaram ter uma taxa de ocupação igual ou inferior a 25% na época do Ano Novo, sendo que para 34% das empresas a taxa de ocupação do fim de ano de 2021 foi inferior à de 2020;
O elevado nível de cancelamentos numa época tradicionalmente conhecida como balão de oxigénio para as empresas, com consequências graves para a estabilidade dos negócios, que se veem sem clientes e sem trabalhadores, são motivos mais que suficientes para que haja novos apoios a fundo perdido para a tesouraria das empresas.
Quaisquer novas medidas de saúde pública de controlo da pandemia devem ser, por isso, ponderadas, de forma a atenuar os efeitos negativos que provocam nas empresas da restauração, similares e do alojamento turístico.
Para 2022 prevê-se a subida de preços em várias áreas, que terão enorme impacto nos negócios das nossas actividades económicas, pelo que é da maior relevância, já em Janeiro de 2022, o reforço dos apoios a fundo perdido, de forma a compensar as perdas e para que se mantenham os negócios e os respectivos postos de trabalho.