Foi aprovada, na última reunião do Executivo Municipal lacobrigense, a proposta final do “Estudo de Ordenamento para a Prática do Auto-caravanismo no Município de Lagos”.
Segundo a Autarquia, este estudo irá servir de apoio à Câmara Municipal no «ordenamento, gestão e qualificação desta actividade turística, designadamente no que respeita à análise e decisão quanto à instalação de novas infra-estruturas para esta prática, sejam estas de iniciativa pública ou de iniciativa privada».
De acordo com o Município de Lagos, o documento, agora aprovado, é o culminar do que começou com um trabalho de levantamento, caracterização e diagnóstico e, numa segunda fase, a identificação do potencial territorial para prática do autocaravanismo, o qual tem em conta a «necessidade de salvaguarda dos valores patrimoniais, naturais e paisagísticos, a utilização sustentável dos recursos, assim como as perspectivas e interesses de desenvolvimento social e económico do Município».
O estudo prevê que o potencial territorial para a práctica do caravanismo (caravanas e autocaravanas) aumente 50% nos próximos dez anos, ou seja, que possa crescer dos actuais 800 lugares próprios para a pernoita de autocaravanas até cerca de 1200 lugares, considerando a capacidade total das quatro unidades de ordenamento definidas: Cidade, Litoral, Barrocal e Serra.
A carta de ordenamento permite também avaliar as áreas com maior potencial para a localização dos Parques de Campismo e Autocaravanismo (PCC) e Áreas de Serviço de Autocaravanas (ASA), classificando-as em quatro classes: Prioritária, de Oportunidade, Negociável e Crítica.
Quanto às tipologias de infra-estruturas a criar, no que respeita aos PCC estes poderão estar relacionados com os temas “Sol e Mar”, “Eco resorts” e “Parques de Campismo rurais”, visando permitir a conjugação do caravanismo com outras actividades em ambiente rural e natural, como a Agroindústria, o Enoturismo, a Pesca, passeios pedestres, Cicloturismo, entre outras. Já as ASA poderão ser “Urbanas”, de “Património cultural e natural”, e “Rurais”, dependendo do contexto de inserção. Admite, ainda, a definição de “Locais de Estacionamento” correspondentes a áreas de passagem sem estadia (áreas comerciais, bombas de combustível/estações de serviço; parques de merendas, entre outras) em que são disponibilizados e identificados lugares de estacionamento, com, eventualmente, alguns serviços de apoio.
A Câmara Municipal de Lagos partilha os objectivos deste estudo, entre os quais, combater as práticas ilegais e selvagens de caravanismo e autocaravanismo, minimizando os seus efeitos prejudiciais, e maximizar as vantagens e os proveitos que o crescimento ordenado desta modalidade pode gerar para o fortalecimento do turismo local e regional. Assim, pretende «posicionar Lagos como um dos destinos turísticos mais sustentáveis e inclusivos no contexto nacional».
A estratégia preconiza, igualmente, a «modernização e qualificação da oferta já existente e a definição de parâmetros sobre os requisitos e serviços mínimos a incluir nas estruturas de acolhimento a criar, assim como o ordenamento da prática através da emissão de orientações específicas de circulação, tráfego rodoviário e estacionamento de autocaravanas, suportada num modelo de comunicação que inclua o reforço da sinalética direccional e informativa e uma eficaz sinalização rodoviária».
Algumas das medidas apresentadas pelo Município foram já tomadas, como a desactivação definitiva da ASA situada junto ao Estádio Municipal, que encerrou em Março de 2020.
A proibição de circulação de autocaravanas nas vias mais estreitas e no centro histórico da cidade, e a criação de infra-estruturas (ASA) na envolvente dos principais núcleos populacionais rurais, são outras das medidas concrectas que a Autarquia pretende implementar.
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Fotografia Principal:
Arquivo de Janeiro de 2021.