- Participaram no estudo mais de 200 empresas PME portuguesas;
- 80% das empresas que responderam ao inquérito fizeram-nos após 24 de Fevereiro e, dessas, 78% fizeram-no após 11 de Março, portanto já com o contexto da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia.
Apesar do período de instabilidade que os mercados enfrentam, as empresas PME estão confiantes no crescimento nos próximos 3 anos, com mais de 50% dos gestores a perspetivar um crescimento significativo entre 10 a 30%. Como efeito da pandemia, 69,6% revela que a sustentabilidade se tornou num tópico mais importante para a sua empresa e a relevância da avaliação e gestão de risco aumentou em 26,8% face ao período pré-pandemia.
Estes são alguns dos principais resultados do primeiro Barómetro Heróis PME, lançado pela Yunit Consulting, consultora nacional especializada em investimento e capitalização das empresas, que visou a participação de mais de 200 PME.
“Após a leitura atenta dos resultados, é possível afirmar que as empresas estão dispostas a enfrentar os desafios que se avizinham para construir um futuro mais sustentável e digital, que a maioria saiu fortalecida no pós-pandemia e que as perspectivas de crescimento para os próximos 3 anos são animadoras. Por outro lado, é de salientar que saiu reforçado o sentimento e a necessidade de apostar no estabelecimento de parcerias de negócio, bem como de olhar de forma mais atenta para temas como avaliação e gestão de risco ou plano de continuidade de negócio.
De referir que 80% das empresas que responderam ao inquérito já o fizeram após 24 de Fevereiro e, dessas, 78% fizeram-no após 11 de Março. Isto permite-nos concluir que o sentimento de confiança partilhado pelos empresários já teve em conta o contexto atual económico e geopolítico. Este facto reforça a nossa visão sobre a grande resiliência que carateriza as nossas pequenas e médias empresas”, afirma Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting.
A transformação digital foi outra das áreas que ganhou preponderância neste contexto. 50,7% dos gestores afirma que a pandemia acelerou a digitalização e 62,7% reconhece que a adopção de uma estratégia de transformação digital tem influência na vantagem competitiva da sua empresa.
É possível apurar também que as empresas começaram a dar maior importância ao plano de continuidade de negócio (aumentou 22,6% para 84,8%) e à importância de estabelecer parcerias de negócio (94,5%). Por outro lado, os gestores identificam a organização e melhoria de procedimentos, a eficiência produtiva e o desenvolvimento de novos produtos/processos como principais áreas onde existe mais margem de melhoria do desempenho das suas empresas.
Entre os principais factores que contribuíram para enfrentar os desafios de mercado actuais, 95,8% dos gestores salientam a capacidade de adaptação e empenho dos colaboradores. concordando também que a sua empresa saiu fortalecida no contexto pandémico (69,7%).
Destaque ainda para o interesse dos gestores em incentivos financeiros (87,1%), como o programa Portugal 2020/2030 ou o PRR, entre outros. Muito superior ao interesse em financiamento bancário (64,1%) ou fundos de investimento (apenas 51,2%). Por outro lado, no que diz respeito aos benefícios fiscais, a grande maioria dos gestores afirma que nunca tirou partido. Entre os quais se incluem Benefícios Contratuais ao Investimento Produtivo – BFCIP (78,8% responderam não), Regime Fiscal de Apoio ao Investimento – RFAI (65%) ou Benefícios fiscais aplicáveis aos Territórios do Interior (88,5%).
Este barómetro, que teve como objectivo apurar o sentimento das PME portuguesas face à recuperação no futuro próximo, inquiriu 217 empresas PME de norte a sul do país e ilhas, tendo por ponto de partida quatro fatores distintivos das PME portuguesas no contexto desafiante pós-pandemia: capacidade de adaptação/flexibilidade, capacidade de inovar, a qualidade do produto/solução que as empresas oferecem e o talento humano.