Os trabalhadores do sector da distribuição (alimentar e logística), nomeadamente os que trabalham nas grandes superfícies comerciais, estiveram em greve convocada pelo seu sindicato (CESP, afecto à CGTP-IN) no passado dia 30 de Setembro, tendo a Assembleia de Freguesia de Odiáxere expressado a sua solidariedade com esta luta por melhores salários e condições de trabalho, nomeadamente por um ambiente sem repressões e com melhores horários, contra o regime do «banco de horas» (agora consagrado por um novo acordo celebrado entre a associação patronal do sector e a UGT), que, de acordo com a deliberação daquela Assembleia, “como a experiência já demonstrou, tem como consequência prática a desregulação e o alargamento dos horários de trabalho, violando constantemente o princípio constitucional a uma organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar, conforme estipulado no art. 59.º, n.º 1, alínea b) da Constituição”.
A moção da Assembleia – apresentada pela CDU e aprovada com os votos favoráveis da mesma, do PSD e do Lagos Com Futuro, e com a abstenção dos seis eleitos pelo PS - denuncia, ainda, que a riqueza produzida em Portugal é “cada vez mais apropriada por uma minoria de grandes accionistas”, dando os exemplos dos lucros crescentes de grupos como a SONAE ou a Jerónimo Martins, que viram os seus lucros aumentar, no primeiro semestre deste ano, quase o dobro em relação ao mesmo período de 2021, ou ainda as marcas ALDI e LIDL, que se encontram entre as dez com maior crescimento em todo o mundo.