O congresso da AHRESP começou esta sexta-feira em Coimbra, com a presença de mais de 1100 participantes que até amanhã vão analisar e discutir o futuro da actividade turística em Portugal. É o maior evento de sempre da associação, mas também do associativismo empresarial. A sessão de abertura ficou marcada pela intervenção de Carlos Moura, presidente da direcção da AHRESP, que alertou para a complexidade do contexto económico actual e apresentou o desafio de se “criar um modelo económico assente na saúde e no bem-estar das empresas, das famílias, dos profissionais, de todos”.
“Enfrentamos um ambiente com um grave ciclo inflaccionista, elevados custos do transporte de mercadorias. Ascommoditiesaté estão em planalto, mas os custos da energia triplicaram. Isto tem um efeito brutal nas nossas actividades. Os custos de produção elevados. As matérias-primas alimentares aumentaram 16.9 por cento no mês passado. Temos escassez no mercado de trabalho, precisamos de trabalhadores”, afirmou Carlos Moura na abertura do congresso Sustentabilidade – Utopia ou Sobrevivência?
Reforçando que a AHRESP sempre fez parte da solução na resolução das inúmeras situações de extrema complexidade, Carlos Moura desafiou os participantes no congresso a discutirem profundamente todos os temas, para apresentarem ideias fortes que serão devidamente maturadas: “Vamos dialogar com os poderes, as tutelas municipais, o governo, a administração central e os grupos parlamentares”.
António Costa Silva, Ministro da Economia e do Mar, participou no início dos trabalhos do congresso e fez questão de elogiar a vitalidade, relevância e contributo da AHRESP para a economia do País. “Vamos crescer 6,5 por cento este ano. Vai ser o maior da União Europeia. Para este crescimento não podemos ignorar o contributo forte do consumo interno. Nem podemos ignorar a contribuição fortíssima da procura externa líquida, de serviços, mas em primeiro lugar do Turismo”, afirmou Costa Silva, apresentando o “exemplo do turismo para pensar no futuro”.
“Não podemos criticar o turismo, mas sim usar o turismo como exemplo para formatar e desenvolver outros sectores da economia. Criar condições macroeconómicas para as empresas conseguirem criar riqueza”, sublinhou o ministro da Economia e do Mar.
Também Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, reforçou a importância da AHRESP na procura de soluções: “Vivemos o momento mais difícil da nossa história. É importante termos a AHRESP connosco, com o seu espírito de solidariedade sempre presente, na defesa do sector e nos interesses desta importante região”.
Em representação de Coimbra, enquanto cidade anfitriã do congresso da AHRESP, Francisco Veiga, vice-presidente da Câmara Municipal, destacou o papel activo da cidade na “colaboração com o sector, criando condições para o desenvolvimento local e regional, estabelecendo pontes para o diálogo, condições físicas para valorizar o património, gastronomia e outras áreas relevantes”.
O encerramento da sessão esteve a cargo do Presidente da República que, numa mensagem em vídeo, agradeceu o contributo da AHRESP ao longo dos anos na recuperação do País. “Agradecer a luta da AHRESP em tempos tão difíceis, como a crise financeira, a refazer a vida após os fogos de 2017, a pandemia que congelou as nossas vidas, e agora, quando ainda não tínhamos recuperado totalmente a guerra e a crise”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo: “A vossa força é esperança, competência e o associativismo”.
Na primeira sessão plenária do congresso, a cargo de Luís Marques Mendes, o Conselheiro de Estado abordou várias temáticas directa e indirectamente relacionadas com a actividade turística. Marques Mendes concordou com a AHRESP em pontos há muito defendidos pela associação empresarial como o IVA da restauração. “Tenho dificuldade em compreender como o Orçamento do Estado não tivesse contemplado uma medida mais do que justa, sem grande prejuízo para as finanças públicas, como era suspender durante um ano o IVA da restauração, alimentação e bebidas”, afirmou o Conselheiro de Estado, para quem a AHRESP “deve ter ainda mais peso para influenciar os decisores políticos”.
Até ao final do congresso são aguardadas com expectativa as intervenções de Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, de António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e de Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho.
De igual forma, especial atenção para as sessões que contam com a participação de Francisco Calheiros da CTP, António Saraiva da CIP e João Vieira Lopes da CCP, e de um conjunto de especialistas, académicos e protagonistas dos diversos sectores.
Pode assistir à emissão em directo dos diferentes painéis nos seguintes canais:
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