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Cientistas da Universidade de Coimbra descobrem fóssil de nova espécie de planta no distrito de Leiria

Cientistas da Universidade de Coimbra descobrem fóssil de nova espécie de planta no distrito de Leiria

Um artigo científico publicado na Review of Palaeobotany and Palynology descreve uma nova espécie de conífera do Cretácico Inferior de Portugal, atribuível à família Cheirolepidiaceae.

A nova espécie de planta, Frenelopsis antunesii, foi descoberta e caracterizada por uma equipa liderada por Mário Miguel Mendes, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade de Coimbra (MARE-UC).

Foi recolhida no Cretácico Inferior da zona do Juncal, no distrito de Leiria, e, de acordo com os cientistas que a descobriram, «tem particular interesse, dado que reúne características morfológicas e anatómicas que a aproximam do actual género Tetraclinis, fornecendo indicações importantes de carácter ambiental».

Ou seja, clarifica Mário Miguel Mendes, os estudos da vegetação cretácica portuguesa são «essenciais para o conhecimento do desenvolvimento e evolução das plantas e para a caracterização dos paleoambientes e dos paleoclimas em que estas viveram no passado, possibilitando contribuição fundamental para o estabelecimento das mudanças globais ocorridas num momento particularmente significativo da história da Terra».

«Os pelos que se observam ao longo da epiderme e nas margens das folhas de Frenelopsis antunesii, à semelhança do que acontece na espécie Tetraclinis, poderão ter funcionado como superfícies de absorção da humidade atmosférica durante a noite em ambiente semiárido e seco», afirma o coordenador do estudo.

O género Frenelopsis é típico das floras do Cretácico e tem sido encontrado em diversos pontos da Europa, nomeadamente, em Portugal. As características xeromórficas específicas dos frenelopsídeos, por exemplo, cutícula espessa e folhas muito reduzidas, «parecem estar estreitamente relacionadas com estratégias de adaptação e sobrevivência destas plantas a ambientes xéricos», finaliza Mário Miguel Mendes, também docente da Universidade Fernando Pessoa.

O estudo teve a colaboração do Museu Nacional de Praga, na República Checa.

O artigo científico está disponível: aqui.

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