A Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve realizou, pela primeira vez, uma cirurgia mamária (mastectomia) endoscópica. Esta técnica permite uma recuperação mais rápida às mulheres, com menos dor e melhores resultados estéticos.

“É mais uma técnica que passamos a dispor para o tratamento cirúrgico do cancro da mama”, refere a médica Gabriela Valadas, diretora do Centro da Mama da ULS Algarve, acrescentando que esta resposta oncológica, oferece às doentes do Serviço Nacional de Saúde tratamentos mais avançados, menos invasivos e com melhor qualidade de vida após a cirurgia.

Destinada a mulheres com uma mama de tamanho pequeno ou moderado, a cirurgia mamária endoscópica aplica-se quer no contexto de redução do risco (mulheres portadoras de alterações genéticas), quer no contexto de tratamento de “carcinomas in situ extensos e carcinomas invasivos”. A par da remoção total do tecido mamário, conservando a pele e o mamilo, esta técnica permite a reconstrução simultânea da mama, através da colocação de implante definitivo, ficando apenas a cicatriz de uma pequena incisão lateral à mama, na parede torácica.

A cirurgia, realizada pela equipa constituída pelo cirurgião, Henrique Morais e cirurgiões ajudantes, Nicole Cardoso e Maribel Cosme, decorreu a 4 de dezembro, no Hospital de Faro. A técnica cirúrgica, que ainda só se realiza em alguns centros do país e “ao nível do que melhor se faz na Europa”, vai passar a estar disponível também no Hospital do Barlavento Algarvio. “Nos últimos 20 a 25 anos, temos aperfeiçoado muito a técnica cirúrgica da mama para que se possa manter o aspeto estético da mama o mais normal possível”, afirma.

Por ano, na ULS Algarve são diagnosticados cerca de 500 novos casos de cancro da mama.