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Sociedade Portuguesa de Oftamologia assinala Dia Mundial da Criança com 10 mitos acerca da saúde ocular dos mais pequenos

Sociedade Portuguesa de Oftamologia assinala Dia Mundial da Criança com 10 mitos acerca da saúde ocular dos mais pequenos

Para assinalar o Dia Mundial da Criança, a Sociedade Portuguesa de Oftamologia (SPO) elaborou 10 mitos acerca da saúde ocular das crianças.

Simultaneamente, decidiu, este ano, destacar a questão da Ambliopia ou "olho cansado", uma patologia que a criança pode não saber descrever e que deve ser detectada precocemente por um oftalmologista.

Mito 1: Até a criança falar, não é preciso ir ao oftalmologista.

Segundo a SPO, existem exames simples, capazes de quantificar a visão nos bebés desde tenra idade, como por exemplo o teste do olhar preferencial em que, através do interesse demonstrado pelo bebé por padrões de riscas com larguras diferentes, se consegue obter o valor da acuidade visual de cada um dos olhos.

Para cada idade existem, nas consultas de oftalmologia, testes adaptados com complexidade crescente até às escalas de visão dos adultos, sendo crucial o exame dos olhos nos primeiros dias de vida pelo médico assistente, bem como um rastreio de erros refractivos entre os 2 e os 3 anos de idade e uma consulta de oftalmologia em qualquer idade em que se suspeite de alterações oculares ou dificuldades visuais.

Mito 2: As crianças não podem usar óculos de sol.

As medidas que se aplicam à protecção da pele estendem-se à protecção ocular: evitar a exposição directa ao sol entre as 11h e as 15h, no Verão ou onde houver maior radiação. De acordo com a SPO, os óculos de sol não são obrigatórios, mas ao escolher uns para os seus filhos, deverá certificar-se de que as lentes têm filtro UV (ultra-violeta) próximo dos 100% e que são de boa qualidade ótica (sem distorção).

Além disso, saiba que as lentes nunca devem estar riscadas ou com falhas, e que a cor escura não é sinónimo de maior protecção. A luz natural é aliada de uma boa saúde ocular, mas com precauções. Usar um chapéu de abas largas também ajuda.

Mito 3: Ler dentro de um veículo em movimento é perigoso para os olhos.

Qualquer focagem em movimento implica um esforço acrescido porque é constante a necessidade de fixação/refixação do objecto que não está fixo, seja um livro, um tablet ou qualquer outro. Não sendo necessariamente perigoso, algumas crianças podem sentir-se enjoadas, irritadas ou com dor de cabeça, sendo desaconselhada a leitura nestas circunstâncias.

Mito 4: Os ecrãs fazem mal aos olhos.

Os dispositivos digitais, quando bem utilizados, podem ser importantes ferramentas educativas e de lazer, mas é importante monitorizar o seu tempo de uso. O uso não regrado e muito perto dos olhos pode levar a queixas de cansaço visual, de olho seco e de perturbação da focagem, sim, pelo que devem ser instituídos períodos regulares de pausa como a regra dos 20/20/20, isto é: a cada 20 minutos, um mínimo de 20 segundos de pausa a uma distância não inferior a 20 pés (6 metros).

Mito 5: Os olhos mais claros sofrem mais com a luz.

A cor clara dos olhos é determinada pela quantidade de pigmento presente na íris, sendo maior nos tons mais escuros, o que teoricamente confere maior protecção. No entanto, a sensibilidade à luz é condicionada por vários factores que não dependem da presença de pigmento, como a existência de erros refractivos (de focagem) como o astigmatismo, o tipo de lubrificação, o tamanho das pestanas e o formato dos olhos. Assim, sensibilidade à luz varia de pessoa para pessoa.

Mito 6: O estrabismo na criança cura-se automaticamente à medida que a ela cresce.

De acordo com a SPO, não é verdade: «Qualquer alteração do alinhamento dos eixos visuais, mesmo que não permanente, presente após os seis meses de idade não é normal e a criança deve ser observada em consulta. Por outro lado, há formas de estrabismo que aparecem mais tarde, nomeadamente as que estão associadas ao esforço acomodativo (de focagem), que tipicamente surgem pelos 3-4 anos de idade, em crianças até aí sem qualquer alteração aparente», explicam.

O tratamento do estrabismo é diferente conforme o tipo de apresentação, as características do mesmo e a idade de aparecimento, podendo englobar medidas médicas como o uso de óculos ou de oclusão (“tapar”) e medidas cirúrgicas. Mais do que existir uma cura simples, o tratamento do estrabismo é um processo de reabilitação que exige um trabalho em conjunto do oftalmologista, da criança e dos pais.

Mito 7: É natural as crianças coçarem os olhos.

«Natural é, mas isto não significa que seja benéfico!», adverte a SPO.

Coçar os olhos de maneira repetitiva constitui um traumatismo físico que pode levar ao adelgaçamento e deformação da córnea (parte transparente do olho que se situa à frente da íris) e condicionar o aparecimento de queratocone na adolescência ou início da idade adulta. Adicionalmente, pode induzir inflamação ocular e mesmo infecção quando as mãos são portadoras de agentes infecciosos. Assim, apesar do estímulo que as crianças, nomeadamente as que sofrem de alergias, sentem, o coçar dos olhos deve ser desincentivado.

Mito 8: As crianças não podem usar lentes de contacto.

A primeira ferramenta na correcção das perturbações da focagem (erros refractivos) nas crianças são os óculos com lentes graduadas. No entanto, em caso seleccionados, as lentes de contacto também são uma opção, podendo ser adaptadas em qualquer idade. Contudo, o uso de lentes de contacto neste escalão etário exige maior vigilância pelo oftalmologista e uma monitorização contínua diária por parte dos pais.

Mito 9: Lacrimejar é comum e normal nos mais novos.

A obstrução do canal nasolacrimal (que leva as lágrimas do olho ao nariz) é frequente nos bebés, acabando por se resolver nos primeiros meses de vida na grande maioria dos casos só com recurso a massagem no canto interno do olho. No entanto, na presença de lacrimejo constante que condicione episódios repetidos de infecção ocular (conjuntivite) e/ou na ausência de resolução até aos 6 meses, o bebé deve ser observado por um oftalmologista.

Mito 10: Devemos poupar os olhos das crianças.

Resposta: «Errado. Devemos cuidar dos olhos dos nossos filhos, sempre com a ajuda do oftalmologista».

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Sabia que as crianças geralmente não se queixam, mesmo quando têm problemas de visão?

Nas crianças, o primeiro exame é realizado pelos pediatras ainda na maternidade, com o teste do luar pupilar, que é frequentemente revisto pelo médico de família ou pediatra nas várias consultas, durante o primeiro ano de vida.

À medida que crescem, os mais pequeninos podem não apresentar queixas e não notar, por exemplo, que a visão num dos olhos é diferente da visão no outro e aprendem a "compensar", podendo dar azo a Ambliopia, mais conhecida como "olho preguiçoso".

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O que é, afinal, a Ambliopia?

A Ambliopia consiste na diminuição da acuidade visual e da alteração de outras características da visão, como o contraste de um olho ou dos dois olhos, devido a problemas no desenvolvimento da visão durante a primeira infância. Desde o nascimento, os olhos enviam estímulos visuais (as imagens) através do nervo óptico para o cérebro, que as interpreta.

Na Ambliopia, o cérebro recebe duas imagens diferentes e em simultâneo e vai suprimir a que está pior ou desfocada, ficando apenas com a que está melhor, ignorando o olho cuja imagem é menos nítida. Quando as duas imagens são más, pode não haver uma estimulação cerebral suficiente e não se desenvolver o sistema visual de ambos os olhos.

Saiba mais aqui.

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